REPERTÓRIO:
O Trem Azul (Lô Borges/ Ronaldo Bastos)
Se Eu Quiser Falar Com Deus (Gilberto Gil)
Meditação (Tom Jobim/ Newton Mendonça)
Brigas Nunca Mais (Tom Jobim/ Vinícius de Moraes)
Este Seu Olhar (Tom Jobim)
Olha Para O Céu (Tom Jobim)
Dindi (Tom Jobim/ Aloysio de Oliveira)
Equipe CP Edições, São Paulo
A escola brasileira de violão comporta vários estilos, alguns mais próximos da música popular, como no caso de Baden Powell, e outros mais próximos da música erudita, como Paulo Bellinati. Mas, seja qual for a linha adotada, todas têm em comum a grande riqueza rítmica e harmônica que caracteriza a música popular brasileira, rara de encontrar em estilos de outros países.
O Brasil sempre foi pródigo em grandes violonistas que souberam mesclar com maestria os recursos do violão clássico com a harmonia moderna e o suingue brasileiro. O grande multi-instrumentista e compositor Garoto (Aníbal Augusto Sardinha, 1915-1955) é certamente o caso mais notável.
Essa união de recursos e linguagens musicais permite que o violão desenvolva todo seu potencial polifônico e técnico e isso, somado à já mencionada riqueza e complexidade rítmica e harmônica, torna o chamado “violão brasileiro” tão especial e apreciado pelos instrumentistas do mundo inteiro.
Estes arranjos formam parte de essa escola única, fruto da riqueza da nossa música popular.
Neste terceiro volume da série “Violão Brasileiro Contemporâneo- Arranjos de Conrado Paulino” por coincidência há uma maioria de composições do mestre Tom Jobim, criados na fase Bossa Nova. Neles, a correta interpretação das células rítmicas (cheias de sincopas) é fundamental para conseguir o suingue discreto próprio do estilo. Esses arranjos se distanciam da concepção contrapontística do violão erudito, o aproximando-se da linguagem mais rítmica e próxima da herança do Baden, embora com leitura harmônica mais moderna. O arranjo com mais vozes internas deste volume é, sem dúvida, “Dindi”, sendo também o mais complexo e difícil de executar comparado com os outros.
PERFIL DE CONRADO PAULINO
O violonista, compositor e arranjador Conrado Paulino é um dos mais renomados professores de harmonia e improvisação da América Latina. Autor de cinco métodos sobre os temas, ele realiza cursos nos principais festivais de música e universidades do Brasil, Argentina e Uruguai. Tem entre seus ex-alunos compositores como Chico César e Eduardo Gudin e os instrumentistas Nuno Mindelis, Camilo Carrara e Paola Pichersky.
Como violonista, Conrado acompanhou artistas como Rosa Passos, Johnny Alf, Leny Andrade, Claudette Soares e Alaíde Costa. Como instrumentista, tocou com Zimbo Trio, Paulinho Nogueira, Heraldo do Monte, Roberto Menescal, Marco Pereira, Filó Machado e muitos outros. Apresentou-se também com músicos estrangeiros, como os norte-americanos Colin Bailey, Phil de Greg, John Stowell, Todd Isler, Dave Pietro, Harvey Winnapel e Mark Isbell (com quem gravou um CD, lançado em USA em março de 2016, atuando como violonista, compositor e arranjador).
Também atuou com Jan de Haas, Anne Wolf e Henri Griendl (Belgica); Anna Luna e Jaume Vilaseca (Espanha) e com instrumentistas de destaque no cenário jazzístico latino-americano como Diego Schissi, Quique Sinesi, Daniel Maza, Alejandro Demogli, Alan Plachta, Oscar Giunta e Popo Romano.
Sua obra gravada inclui “Conrado Paulino Quarteto” (2005), “Wrong Way” (2010) e “Quatro Climas” (2015). O mais recente CD “A Canção Brasileira” lançado em 2018, traz um refinado jazz brasileiro, em recriações especais de Tom Jobim, Edu Lobo, Chico Buarque, Ivan Lins e Djavan, além de temas de sua autoria. Os ricos encadeamentos harmônicos e improvisações virtuosísticas dão o tom descontraído e intimista de Conrado, em arranjos originais.
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