Existe uma Bíblia, um Alcorão do violão 7 cordas. Grandes mestres da linguagem brasileira desse instrumento dimensionam dessa forma o livro-CD Sete cordas: técnica e estilo, lançado há 15 anos por Rogério Caetano (autor dos conteúdos) e Marco Pereira (que dirigiu, organizou e escreveu os textos).
Para o violonista e professor Marcello Gonçalves, existem trabalhos eternos na linguagem brasileira do violão 7 cordas, a exemplo das muitas gravações de Dino e de Raphal Rabello. E o livro Sete cordas: técnica e estilo está na mesma prateleira. “Cada vez que você ouve Dino ou Raphael parece que eles estão tocando melhor. Tem sempre alguma novidade, tem sempre o que aprender. E, pra mim, esse livro tá nessa categoria. Além do prazer de ler, cada vez que o consulto sempre aprendo algo novo”.
Segundo Zé Barbeiro, o livro de Rogério e Marco é espetacular, moderno e pelo qual ele estudou e continua consultando ainda hoje. “Todos aqueles que se interessam pelo 7 cordas, precisa estudar com esse livro.”
A seguir, confira trechos de depoimentos de outros grandes violonistas de 7 cordas
Douglas Lora – “Tive o privilégio de ser a primeira pessoa a olhar pra essa preciosidade de livro Sete cordas: técnica e estilo. Isso ocorreu em 2009, quando o Brasil Guitar Duo (formado por mim e pelo João Luiz), teve a honra de tocar com o mestre Marco Pereira no mesmo palco, em São Francisco, (Califórnia). E eu me lembro que o Marco, muito generosamente, me deu esse material. Naquela época eu estava começando a levar muito a sério o sete cordas, instrumento que eu já tocava desde 2005. E foi um divisor de águas pra mim. Mudou tudo. É o encontro de dois gênios, Marco Pereira e Rogério Caetano.
Esse livro aqui é a Bíblia, o Alcorão do violão de sete cordas. Esse material é exposto de uma maneira muito clara, didática, criativa e espontânea. O livro apresenta as situações harmônicas. E à medida que elas vão se tornando mais complexas, aparece um monte de frases incríveis. E tem os modelos clássicos, que é maravilhoso, que são as coisas do Dino e do Raphael Rabello. Enfim, esse livro representa grande parte do meu aprendizado do sete cordas e até hoje ele é uma fonte pra mim. É o meu livro de cabeceira. Eu vou ali e sempre aprendo mais um pouquinho, não tem fim, não tem limite”.
Gian Correa – “Quando comecei a migrar do cavaquinho paro o violão de sete cordas, a minha escola foi basicamente o ouvido. Era escutar os discos com Dino, Raphael Rabelo e outros craques como Valdir e Valter Silva, tirar e prestar atenção e decodificar o que estava sendo tocado nas gravações. Isso foi virando uma tarefa relativamente simples com relação às baixarias. Eu conseguia escuta-las e já entender na minha cabeça como elas funcionavam, quais eram as notas que estavam sendo tocadas, em qual região, qual dedo usar para tocar, enfim. Era instantâneo. Eu conseguia ouvir e tocar aquilo porque já tinha feito muito tempo o exercício minucioso de tirar aos poucos e até conseguir chegar nesse lugar, de ouvir a frase e sair tocando, conseguir tocar igual.
E aí eu lembro que uma certa época eu escutei um violonista novo e de quem eu não conseguia fazer isso porque ele tocava coisas que estavam fora do repertorio de baixarias e de sonoridades que eu tinha na minha cabeça. Na verdade, mais sonoridade. Porque ele mexia com outras escalas, coisas que meu ouvido se assustou no começo. Eu gostava muito, achava bonito mas isso não tava na minha cabeça. E esse violonista era o Rogério Caetano. Por exemplo naquele disco do Zeca Pagodinho, Gafieira 2, acústico MTV 2, uma coisa assim, aquele que tinha uma big band tocando junto. E aí eu escutava aquilo e me impressionava com aquele negócio. E a princípio não conseguia tocar. Tinha que ir ali tirar minuciosamente frase por frase e mesmo assim era um outro universo.
E uma vez eu descobri que tinha esse livro do Rogério Caetano e do Marco Pereira e eu fui atrás. Daí consegui entender e decodificar aquilo que estava sendo tocado, que o Rogério propunha, a maneira dele de pensar e aí com mais facilidade eu consegui entender esse outro universo dele.
Então eu acho um livro superinteressante por causa disso. Mostra muito um jeito diferente de pensar o violão de sete cordas todo baseado na linguagem tradicional do violão de sete do Dino mas com algo a mais, uma coisa nova que o Rogério propôs. E ali você consegue decodificar melhor isso e acho que além de tudo, além de ser um livro legal para você fazer um passo a passo, ele é um livro interessante de simplesmente abrir a página em qualquer lugar ali e aprender uma coisa nova colocar aquilo embaixo do dedo.”
SOBRE O LIVRO
Sete Cordas: Técnica e Estilo, é um método que apresenta o estado atual da arte do violão de sete cordas no Brasil, através das práticas violonísticas de Rogério Caetano, jovem instrumentista que traduz de modo privilegiado o encontro da tradição com a renovação. O livro inclui um álbum digital com os exemplos gravados disponíveis no Spotify, que pode ser acessado também via QR Code.
O trabalho organiza os procedimentos técnicos do violão de sete cordas segundo duas diretrizes: por um lado, contempla o legado deixado pelos mestres que marcaram a história do violão de sete cordas no Brasil, evidenciando a função harmônico-melódica desse instrumento na música brasileira, de modo geral, e nas escolas do choro e do samba, em particular.
Por outro lado, também apresenta o modo com que a nova geração de músicos reverencia os mestres, suas referências artísticas declaradas, apropriando-se desse legado e transformando-o em diálogo vivo e permanente com a atualidade da arte e com a sociedade em que se manifesta.
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