Apresentação
A maneira brasileira de tocar violão é reconhecida no mundo inteiro, seja no acompanhamento ou no solo, no erudito ou no popular.
Criamos uma identidade, um violão que tem a nossa cara. Aliás, nos outros lugares é guitar, guitarra, gitarre, guitare – só no Brasil é violão.
E essa maneira de tocar começou a se formar lá atrás, com nomes como Quincas Laranjeiras (que foi professor de violão da minha avó), João Pernambuco, Villa-Lobos, Garoto, Dilermando Reis, Canhoto da Paraíba, Baden Powell, João Gilberto, Rafael Rabello, e os contemporâneos Turíbio Santos, Paulo Bellinnati, Marco Pereira, Mauricio Carrilho, Rogério Souza, Rogério Caetano, Marcello Gonçalves, Alessandro Pennezzi, Yamandu Costa, os irmãos Assad, Guinga, além de muitos outros nomes que formam a história dessa identidade nacional.
A partir dessa maneira de tocar, formou-se também um repertório. Peças que transitam entre o erudito e o popular, como Sons de Carrilhões e Graúna, de João Pernambuco, ou Lamentos do Morro, do Garoto, que são populares, mas fazem parte do repertório de grande parte dos violonistas eruditos. Ou seja, romperam barreiras, mostraram que muitas vezes essa distinção entre erudito e popular é uma criação, não existe.
Minha história no violão começou com o estudo de violão clássico, através de partituras. Só mais adiante enveredei pela música brasileira. Fui procurar aprender choro, samba, bossa, tocar de ouvido, tocar na roda, improvisar. Enquanto estudava, comecei a compor para o instrumento. Sempre reforçando o caráter mais popular do violão brasileiro. Em 2001 gravei meu primeiro CD, Lendas Brasileiras, com 12 arranjosde temas célebres do nosso cancioneiro.
Aqui nesse álbum trago 40 peças para violão, entre arranjos e peças autorais, essas últimas inspiradas em células rítmicas de gêneros brasileiros como samba, jongo, choro, baião, maracatú, maculelê, boi e chula. Muitas delas se basearam em registros do
percussionista Bernardo Aguiar. Eu pedia: “Bernardinho, me manda um jongo.” Ele gravava, me mandava o ritmo e eu compunha o tema. Algumas acabaram, posteriormente, ganhando letra do Paulo César Pinheiro, como Jongo de Vovó, Boi de Matraca e Maculelê na Roda.
Dos arranjos, apresento alguns dos que gravei no meu primeiro disco e outros inéditos, sobre músicas de Noel Rosa.
Bons estudos e viva o violão brasileiro!
Músicas:
A Gente Samba
Andaluso
Aquelas Rodas em Acari
Benvindo
Boi de Matraca
Calçadão de Copacabana
Camará
Choro Bandido
Choro para Bebê
Chula
Clara
Com que Roupa
Cumpadre Pereira
Feira de Mangaio
Fervi no Frevo
Galope São Domingos
Garoteô
Gonzaga no Choro
Gotas de Ouro
Jongo de Vovó
Lendas Brasileiras
Maculelê na Roda
Maracatu Espanta o Mal
Menezeando
Nazareth & Pixinguinha
Outro Mundo
Palpite Infeliz
Passeando no Bosco
Pé na África
Pela Décima Vez
Pra Tudo Ficar Bem
Proezas do Ariel
Rabo de Arraia
Rala Bucho
Samba pro Rabello
Sambete
Todo o Sentimento
Um Dia em Ponta Negra
Um Sambeco
Valsa da Rainha
Sobre o autor
Zé Paulo Becker é violonista e compositor, tem 12 cds gravados, 2 dvds e 2 livros. Como compositor é parceiro de Paulo Cesar Pinheiro, Aldir Blanc, entre outros. Já foi gravado por Ney Matogrosso. É violonista há 20 anos do grupo de choro Trio Madeira Brasil, que gravou DVD em 2016. Ganhou Prêmio da Música Brasileira em 2011. É diretor musical do DVD Geração Semente (2016) autor de dois livros: “O violão na roda de choro” e o “Levadas Brasileiras”. Zé Paulo já se apresentou em mais de 20 países em sua carreira solo, e já tocou e gravou com nomes como Ney Matogrosso, Elza Soares, Chico Buarque, Yamandú Costa, Wagner Tiso, Francis Hime, Zé Renato, Marcos Sacramento entre outros. É professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). E, neste ano, 2017, está finalizando o DVD “Zé Paulo Becker – Violão, Amigos e Canções e em 2018 comemora 30 anos de carreira.
Avaliações
Não há avaliações ainda.