REPERTÓRIO
1. Tocata em Ritmo de Samba / 3:24 Radamés Gnattali
2. Choro (da Brasiliana no13) / 1:57 Radamés Gnattali
3. Valsa nº3 / 4:09 Augustín Barrios
4. Inspiração / 3:02 Aníbal Augusto Sardinha ‘Garoto’
5. Enigma / 3:20 Aníbal Augusto Sardinha ‘Garoto’
6. Paulistano / 2:19 Rafael Mallmith e João Camarero
7. Vento Brando / 5:29 João Camarero e Cristovão Bastos
8. Makarasu / 6:50 João Lyra Participação de João Lyra (violão)
9. Quadradinho / 3:01 Canhoto da Paraíba
Participação de João Lyra (violão) e Lucas Arantes (cavaquinho)
10. O Maestro na Farra / 1:57 João Camarero
11. Camará / 4:40 Raphael Rabello e Paulo César Pinheiro
CRÉDITOS
Idealização GuitarCoop
Gravado no Estúdio Bagual, Rio de Janeiro, Brazil, March 2018
Engenharia de som: Gil Costa
Produzido por: Ricardo Dias
Edição: Gil Costa
Mixagem: Ricardo Marui
Masterização: Ricardo Marui
Textos: Ricardo Dias e Lucas Nobile
Design Gráfico: Marcela Bartz
Fotos: Daniel Capu
Violões: Ricardo Dias 2005 and Obana Shigeo 2015
Cordas: Augustine Regal/Blue
Microfones: Sennheiser EMI 184
Sistema de Gravação: Universal Audio Apollo 16
Pré-amplificador: Neve 1073 dpx
Cabos: Mogami
AGRADECIMENTOS
Ricardo Dias, Vicente Paschoal, Fabio Zanon, Gil Costa, Daniel Capu, Artur Padua, Yuri Reis, João Lyra, Lucas Arantes and Bozó.
Especialmente para: Yamandu Costa, Elodie Bouny, Marcela Bartz and Sergio Abreu.
JOÃO CAMARERO
Certa vez, em uma conversa com o grande violonista, compositor e produtor João de Aquino, ele soltou a seguinte frase, que nunca mais me saiu da cabeça: “O Brasil é como uma árvore gigante; se você chacoalhar, não para de cair violonista bom”. Nesta sorte de infindáveis “espécies”, o que dizer desse solo fértil que já nos deu Garoto, Baden, Dino, Meira, Raphael, Di- lermando, Pernambuco, Guinga, Turíbio, Rosinha e João Gilberto?
Provando mais uma vez de seu poder de renovação inesgotável, aquela mesma árvore nos brindou, de uns anos para cá, com outro fenômeno: João Camarero, que desde seu primeiro disco já não era uma promessa, mas uma bem-vinda e confirmada realidade.
Neste seu segundo álbum, Camarero des- ponta novamente irretocável. Basicamente, por combinar duas valências cruciais. A primeira delas vem para mostrar o intérprete de imensa personalidade que é João Camarero. E ele o faz diante de um repertório nada fácil de encarar, em composições dos gigantes Radamés Gnattali (“Tocata em Ritmo de Samba” e “Choro”) e Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto (“Inspiração” e “Enigma”), de Barrios (“Valsa no3”), de Canhoto da Paraíba (“Quadradinho”),de Raphael Rabello e Paulo César Pinheiro (“Camará”) e de João Lyra, que engrandece o disco com participação na sua “Makarasu”. É de impressionar a propriedade com que o violonista interpreta esses temas.
A segunda virtude de Camarero é a de não se furtar em apresentar suas composições. E elas são ótimas; sejam criadas individualmente, como “O Maestro na farra”, ou sejam elas em parceria, como “Paulistano”, feita com Rafael Mallmith, e “Vento Brando”, com o excepcional Cristovão Bastos.
Desde Raphael Rabello (no sete cordas) e Marcus Tardelli (no seis), não havia aparecido ninguém que tocasse combinando tanta pressão e limpidez em absolutamente todas as notas, em todas as frases, em todas as levadas.
É como se os grandes mestres do passado tivessem desbravado e aberto clarões em um canavial musical desconhecido. De nada adiantaria um violonista de hoje apenas retrilhar os passos de seus antecessores e ficar perdido, sem saber para onde ir neste “canavial descampado”. João Camarero já encontrou o seu caminho.
Lucas Nobile
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