DESCRIÇÃO DA AULA
Um dos luthiers brasileiros de maior evidência nos últimos anos, Cleyton Fernandes mostra nesta aula um pouco do seu vasto conhecimento sobre o tema. O professor é especialista em construção de violões de escolas contemporâneas (treliça e double top), que trabalham com materiais compostos, no caso com a fibra de carbono e com o nomex. Ele aborda também as transformações das escolas de luteria no século 20 até as escolas atuais. E destaca as características sonoras desses instrumentos, de decaimento e de sustain.
E a partir dessas características próprias desses instrumentos modernos, Cleyton evidencia como isso influencia na interpretação musical. “Ou seja, com o aumento da gama dinâmica, como isso efetivamente interfere na interpretação musical com a maior exploração, por exemplo, do sustain, com características de articulação sonora, que são dadas pelo ataque mais rápido do som em relação ao toque do dedo, ao toque da corda”, enumera o luthier.
Na aula online, Cleyton Fernandes traça também uma linha do tempo, na qual analisará os intérpretes violonistas, desde Francisco Tárrega e Miguel Llobet, no final do século XIX e início do século XX, até os dias de hoje, com David Russell e Manuel Barrueco. “Vamos verificar que a relação entre intérpretes e luthiers é bastante estreita e interfere significativamente na performance desses instrumentistas”.
Cleyton enfatiza que as tecnologias estão diretamente ligadas às demandas musicais e estéticas de cada período, e poderemos ver isso nas interpretações de intérpretes de escolas mais ligadas a André Segovia, até os dias de hoje, com intérpretes como, por exemplo, John Williams. “O conceito de violão orquestral atravessou boa parte do século XX, e, no final do século XX, vários intérpretes têm se dedicado mais à exploração das dinâmicas nas suas interpretações. Isso impacta significativamente a expectativa de produção sonora do instrumento e, consequentemente, influencia a luteria”, finaliza.
Um pouco sobre o mercado de trabalho em luteria e a aceitação dos violões tipo double top e de treliça em países da Europa e Estados Unidos são assuntos a serem abordados. No final do encontro, Cleyton responde a perguntas de participantes.
Esta aula online faz parte da campanha da Rifa Violão Double Top Cleyton Fernandes, em prol do financiamento coletivo do Acervo Violão Brasileiro. Sobre o trabalho de Cleyton e as novidades sobre o instrumento da rifa, recomendamos assistir à live Conversa de Luthier, que ocorreu em 29 de janeiro, no Youtube do Acerco Violão Brasileiro. O bate-papo foi realizado junto com os luthiers Lineu bravo e José Valderrama – que já doaram instrumentos ao Acervo. E também com a presença de grandes violonistas internacionais, como o chileno José Antonio Escobar, o português Eudoro Grade. E mais os virtuoses brasileiros Alessandro Penezzi e Henrique Carvalho. Todos eles têm violões de Cleyton e falaram do que mais apreciam nesses instrumentos
Além de concorrer ao maravilhoso instrumento de R$ 28, ao adquirir um bilhete da rifa o participante ganha automaticamente R$ 100 em produtos e brindes (são 3 aulas online variadas para assistir por 1 ano e duas partituras exclusivas). A primeira das aulas é Arranjo para Dois Violões, com o Duo Siqueira Lima. Também está no pacote a aula sobre Trilha Sonora para Filmes, com Camilo Carrara. E a partir da próxima segunda-feira (10/2) estará acessível a aula Arranjo e Chord Melody para Violão e Guitarra com Conrado Paulino.
Para assisti-las, basta aplicar um cupom enviado no ato da compra, pela Loja Violão Brasileiro. As aulas poderão ser vistas quantas vezes a pessoa desejar até dezembro de 2025. Cada bilhete custa R$ 130, via pix ou cartão de crédito em até 12x. O violão, que será sorteado em março de 2025, está avaliado em R$ 28 mil.
O violão da rifa está sendo construído com materiais de altíssima qualidade, cuidadosamente escolhidos pelo próprio luthier. O instrumento tem tampo duplo em cedro canadense master-grade; lateral e fundo em jacarandá baiano imperial; escala em ébano africano; braço em cedro rosa; armrest (apoio de braço) e tensor dupla ação.
SOBRE O PROFESSOR CLEYTON FERNANDES
Violonista, professor e luthier, o paulista Cleyton Fernandes mora há 12 anos em Juazeiro do Norte, sul do Ceará, onde é professor e tem a sua oficina de luteria. Atualmente ele um dos mais comentados luthiers de sua geração, com seus violões sendo utilizados por grandes concertistas como o chileno Jose Antonio Escobar, o português Eudoro Grade, o costa riquenho Mario Ulloa e os brasileiros Alessandro Penezzi, Gustavo Costa, Swami Jr, Octavio Deluchi, Henrique Carvalho e Camilo Carrara.
Por volta dos 15 anos, Cleyton decidiu ser músico profissional, fez vestibular para o curso de música e entrou na Universidade Estadual Paulista (UNESP), em 1993. Ainda no início da faculdade, em 1994, em Campos do Jordão (SP), Cleyton teve o primeiro encontro com Paulo Bellinati. Anos mais tarde voltaram a se encontrar, quando estudava os Afro-sambas para o concerto do doutorado. Desde então, eles têm realizado projetos juntos.
A sólida carreira acadêmica de Cleyton Fernandes inclui mestrado e doutordo em Semiótica (USP), doutorado em Música (UNESP), pós-doutorado em Música (UFBA) e atua como professor de Licenciatura em Música na Universidade Federal do Cariri (UFCA), trabalho que ocupa a maior parte do seu tempo.
Até poucos anos atrás, sua carreira se dividia entre a atividade de concertista e a de professor. Mas nesse percurso, em um dado momento veio à tona o interesse pela luteria. E em cerca de sete anos, seus violões já estão nas mãos de músicos experientes e de grande relevância no cenário musical brasileiro.
Em Bruxelas, onde morou seis meses, ele experimentou e ficou muito bem impressionado com os violões australianos e com os “double top” europeus. E foi à Austrália, onde passou três dias inteiros na casa de um dealer experimentando violões. Além disso, ele via grandes violonistas usando violões não tradicionais, como David Russel, Manuel Barrueco e John Williams.
Na Europa, eles são muito receptivos aos contemporâneos e raramente usam os modelos tradicionais. O espírito de pesquisador o intimava a buscar respostas para questões como: se grandes nomes como John Williams, Manuel Barrueco e David Russell tocam num violão assim, por que no Brasil esse tipo de instrumento era negligenciado?
Cleyton acredita que embora as diferenças técnicas sejam bem grandes, não existe um som específico para um determinado modelo de violão. Este som, a projeção sonora, o que ele pode oferecer se modela na relação de quem toca (com a sua formação, suas preferências, estilos, história, gosto pessoal, etc.) com o instrumento.
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