FAIXAS MANUEL DE FALLA (1876-1946) ISAAC ALBÉNIZ (1860-1909) SÉRGIO ASSAD (1952) DOMENICO SCARLATTI (1685-1757) ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992) ENRIQUE GRANADOS (1867-1916)
1) Danza del Molinero
2) Danza del Corregidor
3) La Vida breve
4) Mallorca, op. 202
5) Rumores de la Caleta, op. 71
6) Tahhiia li Ossoulina
7) Sonata K9 in E minor
8) Sonata K377 in B minor
9) Zita
10) Lo que Vendrà
JOAQUÍN RODRIGO (1901-1999)
Tonadilla
11) Allegro ma non troppo
12) Minuetto Pomposo
13) Allegro Vivace
14) Danza Española n. 2 Oriental
Aniello Desiderio & Zoran Dukic – Live in Koblenz – CD físico
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• Artistas: Aniello Desiderio e Zoran Dukic
• Formato: CD Físico
• Compositores: Manuel de Falla, Isaac Albéniz, Sérgio Assad, Domenico Scarlatti, Astor Piazzolla, Joaquín Rodrigo, Enrique Granados
• Número de Faixas: 14
• Selo: Guitar Coop
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SKU: 7898254982257
Categoria: Discos
UMA APROXIMAÇÃO MUSICAL EM TEMPOS DE DISTANCIAMENTO
por Sidney Molina
Duos de violões profissionais são muitas vezes formados por músicos que começaram a tocar juntos ainda quando jovens estudantes, e não são incomuns os ensembles familiares, integrados por irmãos (como Abreu, Assad, Katona) ou casais (Presti-Lagoya, Siqueira- Lima); mas há também os duos constituídos pelo encontro especial de solistas de destaque, cujo exemplo emblemático é o de Julian Bream e John Williams, que na década de 1970 gravaram dois álbuns de estúdio e um ao vivo.
É nesse contexto que se dá o encontro musical do violonista italiano Aniello Desiderio com o croata Zoran Dukic ́ – ambos com carreiras de êxito internacionais como solistas – mas que, ao contrário de Bream-Williams, optaram por registrar de cara um concerto ao vivo.
Fruto de um recital realizado em 11 de outubro de 2020 na Kaisersaal do Kurfürstliches Schloss durante a 28a edição do Koblenz Guitar Festival & Academy na Alemanha, o evento é um dos raros registros presenciais feitos em 2020, ano em que a pandemia da COVID-19 fechou teatros, cancelou concertos e inviabilizou encontros.
O programa do duo ítalo-croata passa por obras originais para orquestra (de Manuel de Falla), grupo instrumental misto (Piazzolla), cravo (Scarlatti), piano (Albéniz e Granados), e inclui também composições originais para dois violões de Joaquín Rodrigo e Sérgio Assad.
Estreado em Londres em 1919, o balé El sombrero de três picos foi uma das mais minuciosas produções dos Ballets Russes, a companhia de Sergei Diaghilev que, cinco anos antes, havia promovido em Paris a escandalosa estreia de A Sagração da Primavera, de Stravinsky.
Coreografada por Léonide Massine (1896-1979) e com cenários e figurinos de Pablo Picasso, essa imersão profunda na cultura espanhola contou com música original escrita por Manuel de Falla (1876-1946).
Musicalmente destacam-se especialmente as danças atribuídas às três personagens principais: El Molinero (o moleiro), La Molinera (sua esposa) e El Corregidor (a autoridade superior da pequena cidade). Duas delas são interpretadas neste álbum em arranjo para duo de violões de Graciano Tarragó (1892-1973): a famosa farruca (“Danza del Molinero”), proveniente do universo flamenco, e a “Danza del Corregidor”, que se utiliza de um característico minueto.
A ópera La vida breve foi terminada por de Falla em 1905, mas somente seria encenada em 1913. A célebre “Danza” – aqui interpretada em arranjo de Emilio Pujol (1886-1980) – é extraída do início do segundo ato, e sua alegria ganha – no contexto – tons melancólicos, já que a festa de casamento de Paco e Carmela é presenciada por Salúd, a quem ele havia jurado amor e agora finge não conhecer.
Mallorca op. 202 é uma barcarola para piano escrita pelo catalão Isaac Albéniz (1860-1909) em 1891; a versão escolhida para esta gravação, na tonalidade de ré menor (o original está em fá# menor), é a edição dos violonistas alemães Christian Gruber e Peter Maklar.
Já a malagueña “Rumores de la Caleta” é a sexta das sete peças para piano que integram o op.71 de Albéniz que, bem ao estilo dos Anos de Peregrinação, de Liszt, tem o título de “Recuerdos de Viaje” (1887). Aniello Desiderio e Zoran Dukić ́ utilizam a tradicional transcrição de Miguel Llobet (1878-1938), que adapta para o modo flamenco de mi o original em lá. La Caleta é uma praia localizada no centro histórico de Cádiz.
Tahhiia Li Ossoulina (Homenagem a nossas raízes), composição original para dois violões escrita em 2006 por Sérgio Assad (1952), celebra o 125o aniversário da chegada de imigrantes libaneses ao Brasil. O compositor evoca aspectos improvisatórios da tradição oral, utiliza ritmos médio-orientais e um dos modos (makam) da música árabe. Registrada pelo Duo Assad no álbum Jardim Abandonado, a obra rendeu a Sérgio Assad o Grammy Latino 2008 na categoria “Melhor composição clássica contemporânea”.
De Domenico Scarlatti (1685-1757) o duo Desiderio-Dukić ́ faz, em arranjos de Emilio Pujol, a Sonata “Pastorale K.9 (L.413) que, do original em ré menor é transposta para mi menor, e a Sonata K.377 (L.263), que permanece na tonalidade original de si menor.
Astor Piazzolla (1921-1992) compôs “Lo que Vendrá” no início da década de 1950, pouco antes da viagem para estudos em Paris O duo faz uso de uma edição publicada pela violonista argentina Délia Aussel-Estrada. “Zita”, por seu turno, é o segundo movimento da Suite Troileana (1975), dedicada à memória do bandoneonista Aníbal Troilo (1914-1975), o “Pichuco” (“Zita” era o apelido da esposa de Troilo). A versão para dois violões é assinada por Sérgio Assad.
Estreada pelo duo Presti-Lagoya, a Tonadilla (1959) de Joaquín Rodrigo (1901-99) tornou-se rapidamente uma peça canônica do repertório para dois violões. O “Allegro” inicial faz uso de ampla tessitura e sonoridade, com mudanças súbitas da coloração harmônica; o segundo movimento, “Minuetto Pomposo”, traz ecos da Espanha longínqua, barroco-clássica, frequentemente evocada pelo mundo composicional de Rodrigo; o “Allegro vivace”, por fim, tem escrita engenhosa, que antecipa as frases rápidas quebradas distribuídas entre os violões que seriam a marca do repertório celebrizado anos depois pelo Duo Assad. Destacam-se também as escalas rapidíssimas, típicas da linguagem violonística de Rodrigo.
Como número extraprograma o duo retorna ao repertório pianístico: em arranjo próprio, Desiderio e Dukic ́ interpretam a “Danza Española n.2 – Oriental”, que integra o ciclo de doze Danças Espanholas op.37 de Enrique Granados (1867-1916). A versão transpõe a tonalidade original (dó menor) para lá menor.
Peso | 71 g |
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Dimensões | 14 × 13 × 1 cm |
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