Francisco Araújo na interpretação de Maurício Orosco – Lançamento exclusivo – Livro Físico

DESCRIÇÃO DO LIVRO

Lançado com exclusividade pela Loja Violão Brasileiro, este álbum de partituras de 74 páginas impressas reúne oito peças para violão solo do compositor cearense Francisco Araújo, em revisões e versões do violonista, professor e pesquisador mineiro Maurício Orosco. A riqueza da publicação pode ser conferida já no texto do Sérgio Assad na introdução. “Francisco Araújo destaca-se como um talentoso violonista e compositor brasileiro, revelando em cada acorde e nota seu profundo amor pelo instrumento. Suas composições, genuinamente brasileiras, mergulham nas ricas tradições musicais do país”.

Assad destaca ainda: “É notável a colaboração entre Araújo e o renomado violonista brasileiro Maurício Orosco. Este não apenas revisita as peças de Araújo, mas também, em uma verdadeira parceria artística, conduz uma releitura das composições introduzindo modificações sutis, sempre com o consentimento do autor. Essa abordagem colaborativa preserva a autenticidade das obras originais e, ainda, adiciona uma nova dimensão à expressão musical, enriquecendo a sonoridade do violão brasileiro”.

Segundo Orosco, este álbum de partituras é resultante de uma pesquisa de pós-doutoramento desenvolvida na Universidade da Flórida, Estados Unidos, de 2019 a 2020, quando ele estudou cerca de 40 composições do repertório de Francisco Araújo, que supera 600 obras. A pesquisa envolveu testes e propostas de revisão e interpretação com ajustes técnicos e musicais próprios.

Esse projeto busca manter, de acordo com Orosco, os efeitos próprios das obras na imaginação e na performance de Araújo ao violão, com sua habilidade circense e sonoridade peculiar. “Com esse intento, foram feitos vários ajustes pontuais, que permeiam a escrita, os efeitos técnicos e a música.

No bloco de peças revisadas estão Seresta da Saudade, Tango Brasileiro, Devagar eu Chego Lá, Valsa Virtuosa n. 2 e Peripécias. Já a lista de peças onde houve versão, estão as composições Jogada de rei, Ponto chic e Introdução e Ponteio nº  1.

SOBRE OS AUTORES

Francisco Araújo

Natural de Lavras de Mangabeira, Ceará, Francisco Araújo se interessou pelo violão por intermédio de seu pai, aficionado pelo instrumento, e seu repertório brasileiro. Depois, aperfeiçoou-se com José Alves da Silva (Aymoré), estudou harmonia funcional com Marilena de Oliveira, Zula de Oliveira e J. J. Koellreutter, além de composição com Guido Santórsola. Paralelamente, trabalhou com grupos de choro, a exemplo do Trio Brasília, com o qual gravou o LP Pegando fogo, pela gravadora Copacabana. À parte as produções independentes, Araújo gravou quatro CDs, De sertões e serestas, Deitando e rolando, Estilo brasileiro e Nas cordas do violão. Também viajou de norte a sul do Brasil, com o patrocínio do Ministério da Educação e da Fundação Nacional de Arte, no projeto “Barca da cultura” (1974–5). Em 1977, Araújo venceu o concurso de composição da Faculdade de Música Palestrina, em Porto Alegre, RS, com sua obra Valsa virtuosa n° 1. Como parte do prêmio, a peça foi publicada pela Columbia Music Company.

Artista requisitado com recorrência e autor de trilhas para o programa de tevê Globo Rural, Araújo se dedicou ainda à docência, lecionando violão no Conservatório de Tatuí, SP, durante quinze anos (1976 – 91). Um misto de formação, experiência e convivência com o choro trouxe uma versatilidade musical enorme a Araújo como compositor. Suas mais de seiscentas composições podem ser situadas em dois grupos: 1) obras derivadas diretamente de gêneros musicais brasileiros (acalanto, baião, batuque, bossa-nova, choro, frevo, maxixe, samba, valsa e outros); 2) obras maiores que exploram formas ou processos como sonatas, suítes, tema e variações, fantasias, rapsódias, estudos e tocatas, além de gêneros brasileiros. Ambos os grupos apresentam sonoridades folclóricas, urbanas, românticas, espanholas e villalobianas, também modalismos, tonalismo, atonalismo, ritmos afros e usos esporádicos de sonoridades advindas do blues e do jazz.

Maurício Orosco

Maurício Orosco é professor de violão da Universidade Federal de Uberlândia desde 2003. Atua na licenciatura e no bacharelado em Música, bem como no programa de pós-graduação, em que orienta pesquisa de mestrado, desenvolve projetos de pesquisa e publica estudos sobre o violão brasileiro: análises, revisões críticas, transcrições, arranjos, composições e performance. Orosco se iniciou no violão com o professor Ademir Faccioli, em Presidente Prudente, SP.

Aprovado para o curso de Música da Universidade de São Paulo, em 1993, bacharelou-se no violão sob orientação do professor doutor Edelton Gloeden. Na sequência, estudou as obras de Isaías Sávio como pesquisa de mestrado (1999–2002), orientada pela professora doutora Flávia Camargo Toni; e de Francisco Mignone no doutorado (2010—13), sob orientação de Rubens Russomano Ricciardi. Merece destaque sua produção autoral Da prôpria lavra. Vol. 1, lançada em CD com obras para violão e música de câmara com violão. Como performer, Orosco atua regularmente em recitais de obras, sobretudo, de compositores brasileiros. Entre 2019 e 2020, passou uma temporada nos Estados Unidos como professor visitante da Universidade da Flórida. Lá, sob supervisão do professor doutor Welson Tremura, ele se dedicou à seleção e revisão crítica de composições de Francisco Araújo, num trabalho materializado, em parte, nas revisões e versões próprias apresentadas neste volume.