Neste mais novo lançamento da editora Legato, que a Loja Violão Brasileiro oferece em primeira mão, temos o álbum de partituras do compositor mineiro Nelson Piló. São 14 peças para violão, com seleção, revisão e dedilhado do seu filho Alexandre Piló. Além das partituras, as 48 páginas nos trazem fotos raras e textos do editor Ivan Paschoito e prefácio do violonista e pesquisador Celso Faria. É um pequeno acerto de contas em difundir e dimensionar a importância de Piló, ainda pouco estudado. (Veja detalhes do livro na galeria de imagens aqui da loja)
“Talento musical inato, Nelson Piló é considerado como um dos nomes mais representativos do violão brasileiro. Muito jovem, ainda nas primeiras décadas do século XX, ele soube absorver diversas manifestações artísticas ocorridas na sua cidade natal, Belo Horizonte, e as transformou em uma rica e inspirada produção musical. Afora as obras para violão solo, recheadas de sabor nacional, Piló também foi responsável pela elaboração de diversos arranjos orquestrais”, destaca Celso.
Celso frisa que as peças deste álbum goram compostas entre as décadas de 1940 e 1980. “Aqui, parte significativa de sua produção é revelada, bem como a versatilidade do compositor em abordar distintas temáticas composicionais — passando pela evocação de períodos estilísticos antigos, obras com livre desenvolvimento formal, miniaturas com caráter didático, além de gêneros musicais tão caros à tradição brasileira urbana, como o choro, a valsa seresteira, o frevo e o baião”, enumera.
Nascido em Belo Horizonte em 3 de outubro de 1914, Nelson Victório Emanuel Piló adorava música desde a infância. “Entre concertos, aulas e apresentações no rádio, Nelson foi vivendo do violão em sua cidade natal, até que, em busca de um mercado de trabalho mais favorável, muda-se para o Rio de Janeiro em 1945. No ano seguinte, é admitido na então poderosa Rádio Nacional, onde permaneceria até 1967. Seria o ápice do seu período produtivo. Aqui acontece a sua evolução como músico, de copista, sua primeira função, a maestro arranjador”, afirma Ivan Paschoito no texto do livro.
“De tanto copiar os maestros, aprendeu com eles e integrou-se àquele seleto grupo, do qual fazia parte o célebre Radamés Gnatalli, que dedicou a Nelson seu Estudo IV, de uma série de dez, publicados em 1968. Da produção de Nelson como maestro e arranjador, ainda pouco se conhece. É matéria à espera de um pesquisador. Nesses anos de Rio de Janeiro acontece também a publicação da maior parte da sua produção para o violão”, também informa Paschoito, no rico e bonito perfil que fez dedicado ao compositor.
PARTITURAS
Dança da princesa (minueto)
Ansiedade (choro)
Beatriz (mazurca)
Bicho feio (choro)
Improviso
Elegante (choro)
Longe, bem longe (valsa-canção)
Paulistinha (choro)
Márcia (valsa)
Relembrando o Recife (frevo)
Lada (valsa)
Oração da tarde (prelúdio)
Alma do baião
Paisagens mineiras (valsa de concerto)
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