da REDAÇÃO
Gilson Uehara Gimenes Antunes iniciou seus estudos de violão clássico aos 10 anos de idade, após assistir a uma apresentação de três violonistas que dedilhavam numa igreja, durante a primeira comunhão de sua irmã mais velha. Apesar de nunca ter estudado violão popular (ele diz que mal sabe ler cifras), sua carreira é marcada, entre outras atividades, por divulgar e reviver grandes nomes do violão brasileiro do passado.
É conhecido também pela divulgação de jovens compositores e autores pouco divulgados entre os músicos brasileiros. Formou-se aos 17 anos com medalha de ouro pelo Conservatório Musical Mário de Andrade, em Pinheiros, São Paulo, tendo completado em seguida todos os cursos acadêmicos principais: bacharelado na Universidade Estadual Paulista (Unesp), especialização na Guildhall School of Music and Drama, mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo (USP).
Em 2000, aos 28 anos, lançou seu primeiro CD solo, Music for Guitar by Young Brazilian Composers, com obras dedicadas a ele por compositores recém-formados pelas três principais universidades paulistas: USP, Unesp e Universidade de Campinas (Unicamp). Dois anos depois lançou um CD com 14 músicas de Américo Jacomino Canhoto, com arranjos baseados nas gravações originais.
Após duas tentativas frustadas de um terceiro CD (um deles com a integral de Bach para alaúde e outro com músicas pouco divulgadas do século XIX), Gilson lançou em 2009 uma gravação com obras do jovem compositor mineiro Marcus Siqueira, que ele considera o principal compositor para violão na atualidade.
Em 2012 lançou um CD com a obra integral para violão do compositor carioca Roberto Victorio. Como camerista, lançou o primeiro CD com obras originais para três violões de compositores brasileiros, com o Trio de Violões de São Paulo. Fez ainda duos com a flautista Celina Charlier e a soprano Caroline de Comi, entre outras formações.
Gilson Antunes é professor da Universidade Federal da Paraíba desde 2004. Já se apresentou em 15 países, dando prioridade ao repertório brasileiro em suas apresentações no exterior. Sua carreira no Brasil, ao contrário, não é tão extensa, sendo ele mais reconhecido como importante divulgador de repertórios inusitados e pela divulgação artística de eventos violonísticos.
Criou o Concurso Nacional de Violão Musicalis, em 1997, aos 25 anos, quando o único concurso tradicional em atividade no Brasil era o Concurso Souza Lima, organizado por Henrique Pinto. Em 2001 criou o Festival de Música de Ourinhos, e, no ano seguinte, o Seminário Internacional de Violão Vital Medeiros, que teve 11 edições até encerrar-se definitivamente em 2012. Gilson Antunes criou também outros eventos, como a Mostra de Violão Musicalis e o Festival D´Addario de Violão, tendo como principal característica a não-repetição de atrações a cada ano.
Como escritor, publicou dezenas de artigos na revista Violão Intercâmbio (entre 1994 e 2004) e na revista Violão Pro (entre 2005 e 2008), além de outros textos acadêmicos. Escreveu juntamente com a poetisa Mayara Floss o livro infantil O Menino e o Violão (2013), que faz parte de uma planejada Trilogia do Despertar (tendo como outros livros a peça teatral Canhoto: o Rei do Violão Brasileiro e a autobiografia Violão). Gilson Antunes é o único violonista clássico residente no Brasil contratado pela empresa de cordas D´Addario.
Discografia
Music for Guitar by Young Brazilian Composers (independente, 2000)
Obras para Violão de Américo Jacomino Canhoto (GTR, 2003)
Marcus Siqueira por Gilson Antunes (Água Forte, 2009)
Roberto Victorio: Obras para Violão (independente, 2012)
Música de Câmara:
Música Brasileira para Trio de Violões, com o Trio de Violões de São Paulo (Paulus, 2001)
Coletâneas:
10 Anos de Violão Intercâmbio (GTR, 2004)
Violões do Brasil (Galvani, 2005).
Livros
O Menino e o Violão, com Mayara Floss (independente, 2013).