Yuri Marchese faz recital em Brasília na Casa Thomas Jefferson
Por Marcelo Tobias e Alessandro Soares
Foi em Brasília, mais precisamente na 602 Sul, no verão de 2006, que o capixaba Yuri Marchese decidiu abandonar a guitarra e o rock para se dedicar ao violão erudito. Agora o violonista se apresenta pela primeira vez na cidade como solista clássico nesta sexta-feira (27/04), às 20 horas, no auditório Casa Thomas Jefferson (SEP SUL 706/906). E até sábado (28/04), ele realiza master classes em Brasília. Interessados podem se inscrevem pelo acervoviolaobrasileiro@gmail.com
Radicado em Londrina, após anos estudando em Portugal, fazendo turnês pela Europa e acumulando prêmios, Yuri fará um espetáculo com aquela pitadinha de afetividade pela capital do país.
O repertório é carregado de virtuosismo. Dos espanhóis, Yuri vai interpretar Fernando Sor (Fantaisie Pour Guitare Seule), De Falla (Omaggio per le tombeau de Debussy) e Joaquin Rodrigo (Fandango, Passacaglia e Zapateado, que integram as Tres piezas españolas).
Após uma parada no México de Manuel Ponce (Theme Varié et Finale), o violonista dedica boa parte do concerto aos brasileiros. Vai ter Sergio Assad (Aquarelle) e Egberto Gismonti (Variations pour guitare e Central Guitar), que são originais para violão de seis cordas, incomum ao que se costuma tocar de Gismonti em recitais, nos quais predominam arranjos para violão de obras para piano.
Formado em Música pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, Yuri também é mestre na área pela Universidade de Aveiro (UA), em Portugal. O tema da dissertação é justamente a obra de Egberto Gismonti para violão de seis cordas. É uma pesquisa que explora as técnicas instrumentais empregadas na composição de Gismonti para violão. Para ler o estudo completo, basta clicar na Biblioteca do Acervo.
Sobre Brasília
Em entrevista ao Acervo, Yuri recorda o tempo dos cursos de verão na Escola de Música de Brasília. “Eu tocava guitarra elétrica e participava daquelas turmas enormes de jazz do Nelson Farias, do Lula Galvão e do Genil Castro. Depois, em 2006, me interessei pelo violão por causa do Guinga, de quem fui aluno. Naquele ano eu faria vestibular. Muitos alunos do curso tocavam Guinga e eu queria tocar o Di Menor”.
Yuri lembra ainda que seu professor de guitarra tinha muito material de violão clássico e lhe repassou tudo. Daí partiu pra cima do violão. Voltou aos cursos de verão brasilienses, sempre em meses de janeiro, onde teve aulas com Eduardo Meirinhos e Eduardo Isaac. O carinho por Brasília se estende por meio dos dois primos da cidade que o incentivaram muito em seguir a carreira de músico, que são o violoncelista Danilo Chaib e o percussionista Fernando Chaib.
No currículo, aperfeiçoou a técnica estudando com Paulo Vaz de Carvalho (UA/PT), Fabio Zanon (SP), Inacio Rabaioli (UEL) e Natanael Fonseca. Além disso, realizou sua primeira turnê no exterior aos 22 anos, e se apresentou em países como Portugal, Espanha e na Republica Tcheca.
Entre os troféus guardados, destaque para o 1o Lugar no IX Concurso Jovens Músicos-Música no Museu (Rio de Janeiro, 2017), 1o Lugar e melhor intérprete de música portuguesa no Concurso Internacional de Leiria (Portugal,2017), 1o o lugar no VII concurso FITO (SP, 2012) e vários outros. Mas boa parte dessas conquista começou quando mudou o rumo da carreira musical, aprendendo a tocar Guinga ao violão, na 602 Sul.
Serviço:
Data: 27/04
Horário: 20 horas
Local: CTJ Hall (SEP Sul 706/906)
Entrada franca
Censura livre
Master class:
Datas: 26 a 28/04
Horário e local: a combinar
Valor: R$ 80,00