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Últimos dias para participar da Rifa Violão Cleyton Fernandes

Postado em Luthiers e violões em 10/03/2023

Por Alessandro Soares

Quem ficou paquerando a ideia de adquirir um bilhete da Rifa Violão Cleyton Fernandes Modelo Concert mas ainda não se decidiu ou deixou o carrinho abandonado na loja virtual, o momento é agora de entrar na campanha e ter a chance de ganhar esse grande instrumento avaliado em 20 mil reais e que tem lista de espera de cerca de dois anos. A venda de bilhetes ocorre até o próximo domingo (19 de março), sem possibilidade de prorrogação, e pode ser realizada na Loja Violão Brasileiro via cartão de crédito, em até 12x, ou via pix. O bilhete custa R$ 120.

O sorteio da rifa será ao vivo online no dia 25 de março, às 19h, pelo canal do Youtube do Acervo Violão Brasileiro, com a participação do violonista, professor e produtor Thiago Abdalla, dos luthiers Lineu Bravo e Cleyton Fernandes, entre outros convidados. Logo após o sorteio do instrumento, serão sorteados também aos participantes da rifa alguns CDs físicos entre os melhores lançamentos fonográficos recentes de grandes violonistas e dois aplicativos e-Batuque, considerado uma das melhores ferramentas do mundo para se estudar os mais diversos ritmos brasileiros.

ÚLTIMOS DIAS PARA ENTRAR NA RIFA. CLIQUE E CONFIRA!

Para dúvidas, entre em contato com a equipe do Acervo Violão Brasileiro pelo email contatos@violaobrasileiro.com.br ou pelo whatsapp. + 55 (11) 97615-8514. O contato do whatsapp também é muito útil mesmo para tirar dúvidas de quem ainda não comprou a rifa. CLIQUE NA LOGO DO WHATSAPP E TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE A RIFA. 

O violão que será rifado é da tecnologia australiana Lattice, como reforços internos em fibra de carbono, laterais duplas e tampo em torno de um milímetro de espessura. Mesmo com potência e projeção impressionantes, a sonoridade natural do instrumento é nítida, com recursos timbrísticos encontrados somente nos mais nobres violões de concerto. O instrumento tem fundo e laterais em jacaradndá baiano imperial (70 anos de corte), escala em ébano africano, braço de cedro, tarraxas VS tuner exclusive Cleyton Fernandes e armrest. Além disso, o case está incluso.

Alguns dos mais importantes virtuoses e professores da atualidade possuem o Modelo Concert de Cleyton Fernandes, a exemplo João Luiz (integrante do Brasil Guitar Duo, além de ser compositor e professor em universidades dos EUA, como a Stony Brook), e o costa-riquenho Mario Ulloa (professor da UFBA). Também utilizam esse modelo o grande produtor musical e compositor Swami Jr., Humberto Amorim (violonista, professor e pesquisador da UFRJ) e Eduardo Meirinhos (violonista e professor da UFGO), entre outros.

O professor do Conservatório de Tatuí, Edson Lopes, e os fundadores do Quarteto Brasileiro de Violões, Everton Gloeden e Tadeu do Amaral, igualmente tocam num Modelo Concert Lattice de Cleyton Fernandes, assim como Gustavo Costa (que já integrou o mesmo quarteto).

Estrutura Lattice

Numa série de vídeos curtos veiculados recentemente nas mídias sociais da Fernandes Lutheria, o luthier Cleyton Fernandes detalhou como funciona a estrutura dos instrumentos que constrói. As laterais são bastante reforçadas e o o fundo é bem rígido. “Mas o tampo é extremamente leve porque vibra muito facilmente, o que dá uma resultante de velocidade no ataque das notas, com mais possibilidade de dinâmica”, ressalta.

Enquanto manuseia a parte interior de um de seus instrumentos, Cleyton Fernandes mostra o quanto a estrutura é reforçada com fibra de carbono e as laterais do tampo são muito finas, em torno de 0.8 milímetro. Já na região central do cavalete, a medição é em torno de 1.2 milímetro. Então é uma folha de cartolina e bastante leve. “E me perguntam se a estrutura fica frágil. Não fica frágil porque a estrutura em fibra de carbono deixa o tampo mais rígido, mais resistente do que, por exemplo, um violão tradicional”, compara.

Processo de medição

Outro aspecto que Cleyton Fernandes aborda nos vídeos é o processo de medição. “Eu não tenho condições de colar um tampo, por exemplo, com 0.8 milímetro. É muito fino. Não dá nem pra trabalhar com a madeira. Então normalmente o tampo é preparado em torno de 1.5 milímetro e montado dessa forma (mostrando o corpo do instrumento no vídeo)”.

E como essa medição é realizada? “Normalmente na luteria a gente utiliza o especímetro para fazer as medições de espessura do tampo e do fundo. No entanto, além de ser impossível de trabalhar com ele na altura da boa do instrumento, por exemplo, o especímetro também não tem a precisão que necessitamos, que é de centésimos de milímetros. Então eu utilizo um aparelho específico, que é próprio para medição de espessura em luteria, que é ligado ao computador”.

CLIQUE ABAIXO E ASSISTA À LIVE CONVERSA DE LUTHIER COM CLEYTON FERNANDES, LINEU BRAVO, OSCAR FERREIRA, THIAGO ABDALLA E ALESSANDRO SOARES

Com o aparelho em mãos, acoplada a uma esfera, Cleyton faz a medição para demonstrar como o resultado é de alta precisão. São dezenas de medidas em várias partes do tampo em que são registradas de 0.75 a 1.85 milímetros, dependendo se o medidor está na região do centro do tampo ou na região do cavalete ou nas extremidades.

Palco e gravações

Outro vídeo que merece atenção para se conhecer melhor a excelência do violão Cleyton Fernandes Modelo Concert Lattice (o mesmo que será rifado) é o que o violonista e produtor Thiago Abdalla fez especialmente para o Acervo Violão. “Assim que você pega o instrumento chama percebe que a escala é muito precisa. Então, toda vez em que você faz algum salto, alguma posição de acorde, o braço do instrumento se encaixa que nem luva para a mão esquerda”, avalia.

Abdalla observa também a distância entre as cordas. “É muito confortável quando você pressiona uma corda, principalmente na região média ou região mais aguda porque a corda abaixa um pouquinho para a mão direita e dá profundidade das cordas da mão direita. Isso traz uma segurança enorme para o palco”, analisa.

Thiago Abdalla frisa ainda a beleza do sustain que, segundo ele, é espetacular. “A tecnologia lettice que o Cleyton desempenha nos seus instrumentos favorece uma sustentação maior das notas devido à quantidade de madeira que tem no tampo. Isso até favorece na interpretação, em andamentos mais lentos, em climas de mais de drama ou suspense, porque você escuta que o acorde continua soando. Ou quando você tá fazendo música de câmara com o violão junto a um instrumento de sopro ou de arco, você também fica mais confortável porque não tem aquela sensação da nota sumir frente a outro instrumento.

E tem ainda a amplitude dinâmica, como uma vantagem do violão Cleyton Fernandes. Ao tocar bem suavemente, o som está presente. “O instrumento vai aguentando a energia que você aplica na corda, sem estourar, com o timbre limpo, por uma amplitude bastante grande. Você pode criar interpretações com piano súbito e que o piano não some. As notas estão todas ali”.

Outra característica que Abdalla destaca dessa construção lattice desenvolvida por Cleyton Fernandes é o tempo do ataque do som. Quando a unha passa pela corda realmente é um tempo muito curto para que o ataque se transforme num som estável com seus harmônicos. Outro detalhe interessante que para questões de agilidade, como trêmulo, escala, notas repetidas, na mão direita esse instrumento oferece um pouquinho mais de agilidade nesses elementos.   

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