Os trios dão o tom do Festival Assad 2019
(Trio Opus 12 / crédito: Christian Maldonado)
Por Fábio Carrilho
A simpática São João da Boa Vista, a 219 km da capital paulista, recebe desta quarta (24/07) até domingo (28/07) mais uma edição do Festival Assad. O evento, associado à notória família musical são-joanense - que começou em 2012 e foi chamado até 2014 de Semana Assad, encontra-se hoje consolidado no calendário cultural da cidade, atraindo públicos cada vez maiores com sua programação musical diversificada, incluindo concertos, oficinas e masterclasses.
Entre as atrações deste ano, destacam-se as grandes formações da Banda Mantiqueira, big band brasileira liderada por Nailor Proveta, e da Orquestra Mundana Refugi, grupo de world music idealizado pelo multiinstrumentista Carlinhos Antunes. A família Assad estará representada nos shows de Clarice Assad, Carolina Assad e Grupo, que abrirão o Festival, e de Badi Assad, que tocará na noite de encerramento.
(Izaías e seus Chorões)
O violão estará presente em vertentes variadas. Na instrumental mais tradicional, Izaías e seus Chorões, grupo liderado pelo legendário bandolinista Izaías Bueno de Almeida, traz no sete-cordas seu irmão Israel Bueno de Almeida, patrimônio do choro paulistano.
Das searas mais modernas, duas atrações igualmente camerísticas e relativamente pouco conhecidas do público brasileiro. A primeira delas é o Trio in Uno, formado pelos brasileiros José Ferreira (violão 7 cordas) e Pablo Schinke (violoncelo) e pela italiana Giulia Tamanini (sax soprano). No repertório, músicas do segundo álbum, Ipê, que trazem arranjos sobre temas de Hermeto Pascoal e Marco Pereira até Sergio Assad e Villa-Lobos, com generosos espaços para improvisações e experimentalismos.
O outro grupo em questão é o Iroko Trio, formado pela franco-venezuelana Elodie Bouny (violão), a venezuelana Carla Rincón (violino) e o brasileiro Marcelo Caldi (acordeom). Valorizando compositores latino-americanos, o grupo desenvolve arranjos como os de Bouny para Danzón no 2, do mexicano Arturo Marquez, e Memória e Fado, de Egberto Gismonti, os quais ressaltam a sonoridade ímpar dos instrumentistas.
E como os trios parecem dominar o Festival, na vertente mais “erudita” e puramente violonística, o consagrado Trio Opus 12, liderado pelo seu fundador Paulo Porto Alegre – o grupo existe desde 1977 - e formado atualmente, além dele, por Daniel Murray e Chrystian Dozza, completa essa trinca camerística. “Será um privilégio para nós encerrar o Festival Assad, esse que já é reconhecido como um dos melhores festivais brasileiros de música e um ponto de encontro de gerações de grandes violonistas”, disse Porto Alegre, que adiantou o repertório.
“Vamos fazer um programa em duas partes. Na primeira, por sugestão do Sérgio Assad, vamos fazer solos. Vou fazer arranjos meus de Pat Metheny e Beatles, o Chrys vai tocar músicas dele e o Daniel vai tocar arranjos dele do Egberto Gismonti. E na segunda vamos fazer o repertório do disco ‘Divertimento’”, revelou.
Além das apresentações musicais, o evento contará com masterclasses como as dos violonistas Paulo Porto Alegre, Elodie Bouny e José Ferreira, e também oficinas com músicos integrantes dos diversos grupos participantes. Os concertos acontecerão no Theatro Municipal de São João da Boa Vista, exceto o de Izaías e seus Chorões, que acontecerá no Fonteatro Emilio Caslini, enquanto as masterclasses e oficinas serão no CLAC (Centro Livre de Arte e Cultura).
Para mais informações, acesse http://festivalassad.com.br/.
(Badi Assad)