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Morre o compositor e maestro Marlos Nobre

Postado em Notícias em 06/12/2024

Por Alessandro Soares e Gilson Antunes

Um dos mais brilhantes compositores brasileiros e de reconhecimento internacional, Marlos Nobre partiu nesta segunda-feira (02/12), aos 85 anos. Nascido no Recife, ele foi criado num ambiente em que a música folclórica e a popular eram bastante presentes, especialmente o frevo e demais ritmos carnavalescos.

A carreira dele começou a se firmar quando recebeu em 1959 a menção honrosa no Concurso Música e Músicos do Brasil da Radio MEC, com o Concertino n.1 Para Piano. Ainda nesse ano venceu o concurso da Sociedade Cultural Germano-Brasileira do Recife, quando entrou em contato com as obras e ideias opostas de Camargo Guarnieri e Hans Joachin Koellreutter – o que o ajudou a seguir caminho próprio, pessoal.

Em 1964, Marlos  ganhou bolsa da Fundação Rockefeller e teve aulas com compositores como Aaron Copland,Luigi Dallapiccola, Olivier Messiaen, Ricardo Malipiero, Bruno Maderna e Alberto Ginastera.

No Brasil, ele dirigiu o Instituto Nacional de Música da Funarte, o Conselho Internacional de Música da Unesco e a Academia Brasileira de Música. E foi professor visitante em universidades americanas (Yale, Indiana, Arizona, Oklahoma, Georgia e Texas, Nova York) e alemãs (Baden Baden e Berlim).

Marlos Nobre escreveu mais de 40 obras para violão (solo, duo, cameratas, violão e canto, violão e orquestra, etc). "Ele é autor de uma das melhores peças já compostas para violão por um compositor não-violonista: é celebrada por virtuoses em todo o mundo. São obras poderosas, nas quais o violão soa em total plenitude, principalmente pelo uso inteligente de cordas soltas e acordes abertos e fechados. Por outro lado,  a obra de Marlos Nobre certamente merece muito mais atenção do que vem recebendo pelos violonistas até o momento", afirma o violonista e pesquisador Gilson Antunes.

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