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Marco Pereira e Rogério Caetano se reúnem em live nesta quinta (17) sobre os 10 anos do livro Sete Cordas: técnica e estilo

Postado em Coluna Alessandro Soares em 17/12/2020

(Marco Pereira e Rogério Caetano)

Por Alessandro Soares

Existe uma Bíblia, um Alcorão do violão 7 cordas. Grandes mestres da linguagem brasileira desse instrumento dimensionam dessa forma o livro-CD Sete cordas: técnica e estilo, lançado há 10 anos por Rogério Caetano (autor dos conteúdos) e Marco Pereira (que dirigiu, organizou e escreveu os textos). Para celebrar os 10 anos de lançamento desse divisor de águas no ensino sobre o tema, Marco e Rogério se reúnem nesta quinta-feira (17/12), às 19h, em live que será transmitida nos canais do Youtube de Marco Pereira e do Acervo do Violão Brasileiro e no Facebook de ambos os músicos e também do Acervo. Vão ser sorteados três exemplares do livro para quem assistir ao evento.

No encontro, Rogério vai mostrar na partitura e nos dedos em close diversos exemplos de baixarias extraídas do livro. O conteúdo é tão rico que dá vontade de parar tudo o que está fazendo pra tentar desvendar os segredos da linguagem de 7 cordas, que Rogério (um revolucionário nessa técnica) mostra com tanta simplicidade e de forma tão sistemática.

A live, que tem apoio do Acervo do Violão Brasileiro, vai mostrar também uma série de valiosos depoimentos de pioneiros lendários como os irmãos Valter e Valdir Silva e supercraques da nova geração, a exemplo de Gian Correa, Douglas Lora, João Camarero, Marcello Gonçalves, Alessandro Penezzi, entre vários outros. E, claro, muita risada e vários casos de bastidores no processo criativo e de produção do livro estão garantidos nas conversas entre Marco e Rogério, que vão ser mediadas pela editora Luciana Pereira Azevedo.

Para Marcello Gonçalves, existem trabalhos eternos na linguagem brasileira do violão 7 cordas, a exemplo das muitas gravações de Dino e de Raphal Rabello. E o livro Sete cordas: técnica e estilo está na mesma prateleira. “Cada vez que você ouve Dino ou Raphael parece que eles estão tocando melhor. Tem sempre alguma novidade, tem sempre o que aprender. E, pra mim, esse livro tá nessa categoria. Além do prazer de ler, cada vez que o consulto sempre aprendo algo novo”.

Segundo Zé Barbeiro, o livro de Rogério e Marco é espetacular, moderno e pelo qual ele estudou e continua consultando ainda hoje. “Todos aqueles que se interessam pelo 7 cordas, precisa estudar com esse livro.”

A seguir, confira trechos de depoimentos de Douglas Lora e Gian Correia

Depoimento Douglas Lora

(Douglas Lora)

“Tive o privilégio de ser a primeira pessoa a olhar pra essa preciosidade de livro Sete cordas: técnica e estilo. Isso ocorreu em 2009, quando o Brasil Guitar Duo (formado por mim e pelo João Luiz), teve a honra de tocar com o mestre Marco Pereira no mesmo palco, em São Francisco, (Califórnia). E eu me lembro que o Marco, muito generosamente, me deu esse material. Naquela época eu estava começando a levar muito a sério o sete cordas, instrumento que eu já tocava desde 2005. E foi um divisor de águas pra mim. Mudou tudo. É o encontro de dois gênios, Marco Pereira e Rogério Caetano.

Esse livro aqui é a Bíblia, o Alcorão do violão de sete cordas. Esse material é exposto de uma maneira muito clara, didática, criativa e espontânea. O livro apresenta as situações harmônicas. E à medida que elas vão se tornando mais complexas, aparece um monte de frases incríveis. E tem os modelos clássicos, que é maravilhoso, que são as coisas do Dino e do Raphael Rabello. Enfim, esse livro representa grande parte do meu aprendizado do sete cordas e até hoje ele é uma fonte pra mim. É o meu livro de cabeceira. Eu vou ali e sempre aprendo mais um pouquinho, não tem fim, não tem limite”.

Depoimento Gian Correa

“Quando comecei a migrar do cavaquinho paro o violão de sete cordas, a minha escola foi basicamente o ouvido. Era escutar os discos com Dino, Raphael Rabelo e outros craques como Valdir e Valter Silva, tirar e prestar atenção e decodificar o que estava sendo tocado nas gravações. Isso foi virando uma tarefa relativamente simples com relação às baixarias. Eu conseguia escuta-las e já entender na minha cabeça como elas funcionavam, quais eram as notas que estavam sendo tocadas, em qual região, qual dedo usar para tocar, enfim. Era instantâneo. Eu conseguia ouvir e tocar aquilo porque já tinha feito muito tempo o exercício minucioso de tirar aos poucos e até conseguir chegar nesse lugar, de ouvir a frase e sair tocando, conseguir tocar igual.

E aí eu lembro que uma certa época eu escutei um violonista novo e de quem eu não conseguia fazer isso porque ele tocava coisas que estavam fora do repertorio de baixarias e de sonoridades que eu tinha na minha cabeça. Na verdade, mais sonoridade. Porque ele mexia com outras escalas, coisas que meu ouvido se assustou no começo. Eu gostava muito, achava bonito mas isso não tava na minha cabeça. E esse violonista era o Rogério Caetano. Por exemplo naquele disco do Zeca Pagodinho, Gafieira 2, acústico MTV 2, uma coisa assim, aquele que tinha uma big band tocando junto. E aí eu escutava aquilo e me impressionava com aquele negócio. E a princípio não conseguia tocar. Tinha que ir ali tirar minuciosamente frase por frase e mesmo assim era um outro universo.

E uma vez eu descobri que tinha esse livro do Rogério Caetano e do Marco Pereira e eu fui atrás. Daí consegui entender e decodificar aquilo que estava sendo tocado, que o Rogério propunha, a maneira dele de pensar e aí com mais facilidade eu consegui entender esse outro universo dele.

Então eu acho um livro superinteressante por causa disso. Mostra muito um jeito diferente de pensar o violão de sete cordas todo baseado na linguagem tradicional do violão de sete do Dino mas com algo a mais, uma coisa nova que o Rogério propôs. E ali você consegue decodificar melhor isso e acho que além de tudo, além de ser um livro legal para você fazer um passo a passo, ele é um livro interessante de simplesmente abrir a página em qualquer lugar ali e aprender uma coisa nova colocar aquilo embaixo do dedo."

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