Luiz Bonfá tem centenário lembrado em show com grandes artistas no Sesc Santana
(Luiz Bonfá)
Da redação
O violonista arranjador e compositor Luiz Bonfá (1922-2001) é um dos compositores brasileiros mais tocados no mundo. É autor de músicas como Manhã de Carnaval, Samba de Orfeu e Gentle Rain. Em comemoração ao centenário de seu nascimento, neste final de semana, sábado 4 (20h) e domingo 5 (18h), no Sesc Santana (SP) será realizado o show Luiz Bonfá 100 anos – Pra não Perder a Fantasia, projeto idealizado e dirigido pelo produtor e curador do Acervo Violão Brasileiro, Alessandro Soares. Os ingressos estão à venda no site e em todas as suas unidades do Sesc.
No elenco estão grandes nomes da música brasileira: ao violão, os veteranos Guinga, Marco Pereira, Conrado Paulino e o jovem violonista Lucas Félix; no contrabaixo Zeca Assumpção, no clarinete Proveta, na percussão Luiz Guello e ainda a cantora Lívia Nestrovski.
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O show abarca o universo musical de Bonfá, mesclando sucessos como Manhã de Carnaval, Samba de Orfeu, Gentle Rain e Correnteza com temas menos conhecidos, incluindo a raríssima Deve Haver Alguém. Esta obra, parceria de Bonfá e Vinícius de Moraes, que estava desaparecida e foi descoberta recentemente, terá sua primeira audição no estado de São Paulo neste show. A maioria das músicas terá arranjos especialmente criados para esta apresentação.
Luiz Bonfá
O compositor Luiz Bonfá vai além do violão, tendo composto canções que foram interpretadas por cantores como Dick Farney, Lúcio Alves, Nora Ney, Ângela Maria, Luciene Franco, Dalva de Oliveira, Norma Sueli e muitos outros. Os primeiros grandes sucessos, no início da carreira, na década de 1950, foram “De Cigarro em Cigarro, A Chuva Caiu e perdido Amor”.
(Guinga)
Sobre Bonfá, um dos maiores violonistas do Brasil, Carlos Barbosa Lima (morto em 2022) afirmou: “a concepção harmônica de Luiz Bonfá sempre me impactou muito. Era um violão diferenciado, com movimentos de vozes, com contraponto, um conceito orquestral ainda não superado na música brasileira. Um violão tratado como uma pequena orquestra. Isso me influenciou muito nos trabalhos de transcrição e harmonização que passei a fazer”.
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Tão importante quanto o violonista é o Luiz Bonfá compositor. E não seria exagero afirmar que um não existiria sem o outro. Ao abrir mão da carreira de concertista, o fez pela necessidade de se exprimir musicalmente como compositor, em vários gêneros musicais, como comprova sua extensa discografia de mais de 50 títulos.
(Marco Pereira)
Manhã de Carnaval, em parceria com Antônio Maria, sua música mais famosa, foi gravada por artistas populares como Frank Sinatra, Julio Iglesias, Joan Baez, Luciano Pavarotti, Jose Carreras e Placido Domingo, e o trio de violões formado por Paco de Lucia, Al Di Meola e John McLaughlin. A melodia também virou standard de jazz, em versões como as de Gerry Mulligan, Dexter Gordon, Stan Getz, Ahmad Jamal, Dizzy Gillespie, Freddie Hubbard, Quincy Jones, Cannonball Adderley, entre outros.
Samba de Orfeu, também letrada por Antônio Maria, é outro tema clássico do jazz, imortalizado por Paul Desmond e Jim Hall, Joe Pass e Herb Ellis, Oscar Peterson e Charlie House. Já The Gentle Rain faz parte da discografia de Astrud Gilberto, George Benson, Sarah Vaughan, Barbra Streisand, Tony Bennett, Shirley Horn, Diana Krall e Stacey Kent. E a canção Almost in Love é a única música brasileira gravada por Elvis Presley. No Brasil, a música de Bonfá abrange até o público do rap, depois que Marcelo D2 utilizou o tema Bonfá Nova como base de À Procura da Batida Perfeita. E Correnteza, composta em parceria com Tom Jobim, é das mais conhecida, especialmente na voz do cantor Djavan.
(Livia Nestrovski)
O projeto
O show Bonfá 100 anos faz parte de uma série de homenagens a violonistas, compositores e intérpretes de grande elevância para a música nacional, que vêm sendo produzidos pelo Acervo Violão Brasileiro. Esses espetáculos, idealizados pelo curador do Acervo e produtor Alessandro Soares, buscam preservar a memória da música brasileira, mostrar interfaces entre o violão em suas múltiplas dimensões com outros instrumentos e expressões musicais, a exemplo do canto.
Vale destacar o apoio do Sesc/SP no acolhimento desta proposta. Entre 2017 e 2019 foram realizados três shows, no Sesc Santana/SP: “Violão Vadio - Baden Powell 80 Anos (2017), com participação de Marcel Powell, Paulo Bellinati, João Camareiro, Marcos Alves, Carlos Chaves, Irene Atienza e Zé Renato; “Gingando - Centenário Dino 7 Cordas” (2018), que reuniu grandes nomes do violão de 7 cordas no Brasil como Yamandu Costa, Alessandro Penezzi, Marcelo Gonçalves, Rogério Caetano e outros instrumentistas como Toninho Ferragitti e Roberta Valente, entre outros.
(Conrado Paulino)
Em 2019 foi realizado o show “Toada Improvisada - Jackson do Pandeiros 100 anos”, com Mariana Aydar, Targino Gondim, Silvério Pessoa, Irene Atienza, Junio Barreto e Nicolas Krassik. Embora Jackson, como o nome artístico indica, nunca foi conhecido como violonista, muitas de suas composições foram feitas ao violão.
Após o “longo inverno” da pandemia, o retorno dos eventos presenciais possibilitou a retomada do projeto com o tributo “Bonfá 100 anos – Pra não Perder a Fantasia”. O título do espetáculo é baseado num verso de Antônio Maria na letra de Samba de Orfeu, que diz: "se a fantasia se perder, eu compro outra". A ideia é não deixar a música de Bonfá se perder no tempo, e fazê-la hoje com criatividade, de forma lúdica, com diversidade estilística e um elenco formado por várias gerações.
(Lucas Félix)
Serviço: Show “Bonfá 100 anos - Prá não Perder a Fantasia”
Elenco
Guinga - Violão
Lívia Nestrovski - Voz
Marco Pereira - Violão
Nailor Proveta - Clarinete
Conrado Paulino - Violão
Lucas Felix - Violão
Zeca Assunção - Contrabaixo
Luiz Guello - Percussão
Datas/horários: Sábado 4/3, às 20h e domingo 5/3, às 18h
Local: Sesc Santana. Av. Luis Dumont Villares, 579. São Paulo/SP. CEP.: 02085-100
Venda de ingressos: Site e bilheteria das unidades do Sesc/SP
Valor: R$ 15 a 50
Ficha Técnica
Idealização e direção artística: Alessandro Soares
Coordenação Geral: Elcylene Leocádio
Produção executiva: Igor Fearn
Identidade visual: Theo Leocádio
Mídias sociais: Igor Fearn
Técnico de PA: Daniel Tápia
Técnico de monitor: Humberto Dantas
Técnico de luz: Silvestre Garcia Jr.
Rodie: Luiz Silva
Videocenário: Paulo Garcia