Leitura para violão no ensino coletivo é tema de livro
Por Fábio Carrilho
A leitura musical na aprendizagem violonística é um assunto que sempre deu "pano para a manga" entre educadores, envolvendo questões como o melhor momento para sua introdução e os procedimentos utilizados em aula. Independentemente da abordagem pedagógica, materiais de apoio dedicados ao assunto são bem-vindos, principalmente os direcionados ao ensino coletivo, formato carente de publicações do gênero. Visando preencher esta lacuna, o violonista Adriano Assis produziu o livro Leitura para Violão no Ensino Coletivo - Trios e Quartetos, coletânea de peças progressivas voltadas ao aprendizado da leitura, que a partir de agora está disponível com exclusividade na Loja Violão Brasileiro, em formato ebook.
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(Capa do livro)
Adriano concebeu o livro a partir de materiais trabalhados nas aulas coletivas que costuma ministrar. "Invariavelmente eu encontrava um material muito avançado e complexo. Então tive a ideia de escrever algo exclusivo para essa finalidade de maneira evolutiva", afirma o violonista, que é professor do Centro Suzuki em Goiânia. Natural de Goianésia (GO), graduado em violão popular e licenciado em Música pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Adriano Assis atualmente faz bacharelado em violão clássico na UFG, na classe de Eduardo Meirinhos.
O livro Leitura para Violão no Ensino Coletivo - Trios e Quartetos vai direto ao ponto por meio das peças, evitando assuntos teóricos. "É um material voltado para a prática da leitura na hora da aula. Penso que os professores devem fazer um trabalho de explicação inicial e ir aplicando com o livro", afirma. Ao todo, são 13 Trios e um Quarteto Didáticos, além de duas peças complementares. Chorinho p'ra Três e Maxixe, ambas em trio. Todas as partituras estão disponíveis na grade (com todos os violões juntos) e individualmente (partes separadas para cada violão), além de contarem com áudios disponíveis na internet. O prefácio é do violonista Ulisses Rocha e a edição é bilíngue, com textos também em inglês.
(Adriano Assis)
Adriano Assis propõe um roteiro de, antes de cada peça didática, apresentar as notas que serão utilizadas em cada violão por meio da pauta e de ilustrações do braço com as localizações das notas. "Nos Trios, o violão 1 faz a melodia, o 2 o complemento harmônico e o 3 a linha dos baixos. Quase todas as leituras são melódicas, aparecendo apenas em uma música duas notas tocadas ao mesmo tempo", comenta sobre o caráter camerístico das peças. "O livro também pode ser utilizado de outras formas, inclusive em aulas individuais, com o aluno lendo um violão e o professor um outro. As combinações podem ser feitas de acordo com a necessidade", argumenta.
Sobre o conteúdo das peças, o violonista buscou iniciar com leituras simples, utilizando cordas soltas e rítmicas fáceis para então, aos poucos, progredir para leituras mais complexas e técnicas mais exigentes. "Fui criando as peças com a evolução nas linhas do Violão 2, voltado para o complemento harmônico. Dos Trios 1 a 8, a minha indicação é que o aluno estude primeiramente esse violão, depois recomece tocando o Violão 3 e posteriormente o Violão 1", diz. As peças, todas de curta duração, transitam por tonalidades amigáveis. "Pensei na maior facilidade de compreensão. Comecei por dó maior, em alguns momentos lá menor, depois evoluí para as tonalidades de sol, ré, fá maior", revela.
Em relação à mão direita, sempre um desafio à parte na iniciação à leitura, Assis evitou detalhar em excesso a digitação. "Não a indiquei, pelo menos na primeira parte do livro e nos Violões 2 e 3, para não correr o risco do aluno começar a ler mais a digitação do que as notas", afirma, ressaltando preferir que os alunos façam primeiramente o processo de leitura para depois discutir os dedilhados que podem ser mais fáceis.
Sobre o momento ideal de inserção do aprendizado de leitura, Assis defende que a prática deve vir antes do estudo teórico. "O contato e a prática com o instrumento trazem facilidades e bases para se aprender a teoria. Quando se começa pela teoria, os termos tornam as coisas muito abstratas", analisa. Seguidor da abordagem Suzuki, o violonista afirma que essa é uma premissa deste método, o qual se baseia no aprendizado da língua materna. "Começamos trabalhando pela prática, pelo ouvido e pela organização, depois entramos com a leitura musical. Nas minhas aulas, quando os alunos chegam na leitura musical eles já tem uma técnica básica adquirida", diz.
(Páginas internas)
A respeito do ensino coletivo, foco deste trabalho, Assis vê diversos benefícios neste formato, como o desenvolvimento do senso rítmico e do aprendizado com os outros colegas. "Um aluno vê o outro que evoluiu um pouco mais. Então já almeja onde pode chegar. Um ajuda o outro. Às vezes o aluno mata a dúvida primeiro com o colega do lado", comenta, defendendo também o viés social do formato, no qual projetos podem atender mais alunos por um custo menor. Do ponto de vista técnico mais avançado, no entanto, crê que a aula individual ainda é o grande lugar. "Dá para fazer um atendimento individualizado, mas na aula individual você pode dar um cuidado maior às questões técnicas e interpretativas", argumenta.
Serviço:
Livro: Leitura para Violão no Ensino Coletivo - Trios e Quartetos
Formato: ebook em PDF interativo
Tamanho: 5,4 MB e 118 páginas com acesso a áudios
Idiomas: português e inglês
Prefácio: Ulisses Rocha
Valor: 59,90 (Em até 12x no cartão ou PIX)