(a violonista carioca Samara Líbano / foto divulgação)

Da Redação

Os violões de seis e sete cordas são instrumentos singulares na engrenagem do choro brasileiro. Os violonistas Sebastião Tapajós, Mauricio Carrilho, Rogério Caetano, Samara Líbano, João Camarero e Bozó 7 Cordas estão entre os grandes mestres desse processo e são os convidados para discutir o assunto no seminário virtual da série Choro: Patrimônio Cultural do Brasil, que ocorre nesta segunda-feira (12/07), às 19h, nos canais do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (cnfcpgovbr) no YouTube e no Facebook.

Ao longo do evento, que tem mediação da pesquisadora, cantora e violonista Anna Paes e do pesquisador e violonista Lucas de Campos, os músicos convidados irão conversar sobre suas trajetórias artísticas e o papel dos violões de seis e sete cordas no choro. Eles também vão contar sobre os desafios enfrentados pelos violonistas com formação no choro para se manterem atuantes no mercado de trabalho brasileiro.

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Série de encontros

Este será o primeiro de uma série de encontros que ocorrerá nas segundas-feiras do mês de julho, com foco nos instrumentistas. Os próximos seminários tratarão da importância do bandolim (19/07) e do pandeiro (26/07) para o universo do choro. Os seminários têm sido de fundamental importância para o andamento do processo de registro do choro como Patrimônio Cultural do Brasil.

(Anna Paes)

“Nas gravações de choro, muitas vezes é difícil ouvir o violão de seis cordas. De certa forma, o violão de sete cordas vem despertando mais interesse nas novas gerações. Então, a engrenagem do violão de seis, se a gente não ficar de olho, pode ser um saber da tradição musical brasileira que vai se perder”, Lucas de Campos em entrevista ao Acervo.

(Lucas de Campos)

Segundo Campos, há pouco material didático sobre o violão de seis cordas no choro e muitos dos mestres do instrumento estão cada vez mais velhos ou já se foram. Então, o seminário tem o intuito de resgatar e preservar sobretudo a importância do violão de seis cordas dentro deste gênero tão brasileiro.

Outra questão abordada no seminário são as especificidades do violão em cada região do país. Por isso os convidados vêm de diversas localidades, traçando um panorama único dos chorões e choronas violonistas do Brasil. Com o pernambucano Bozó, que além de ser dos mais antigos violonistas de 7 cordas do Recife, ele atua fortemente em grupos de frevo de bloco, há um diálogo entre os gêneros tipicamente recifense a tradição do choro.  Enquanto para Sebastião Tapajós existe uma certa influência da guitarrada no estilo compor o choro paraense.

(Bozó 7 Cordas)

O projeto de registro do choro como Patrimônio Cultural do Brasil é um convênio entre a Acamufec (Associação Cultural de Amigos do Museu do Folclore) e o IPHAN. Segundo Anna Paes, o processo começou desde 2020 mas a equipe de oito pesquisadores está trabalhando de março a agosto deste ano. A coordenação é de Pedro Aragão, Lúcia Campos e Rafael Veloso.

“Estamos fazendo um mapeamento das manifestações de choro pelo país que inclui a identificação de acervos; ações de ensino; rodas de choro, lugares de socialização e prática; clubes de choro e instituições; redes que mostram aspectos como a profissionalização e a cadeia produtiva; identificação de detentores de memórias”, afirma Anna no material de divulgação do projeto.