Guitarrista Nelson Veras participa de live neste sábado com Cristina Azuma, Rê Montanari e Vinícius Gomes
(Nelson Veras)
Por Cristina Azuma
(Especial para o Acervo Violão Brasileiro)
Músicos e críticos são unânimes. Nelson Veras nasceu com o DNA do improvisador jazz. Puro talento. Neste sábado (05/06) às 15h, esse músico baiano radicado em Paris será entrevistado por mim, junto com outros dois representantes da improvisação e da composição instrumental, Rê Montanari e Vinícius Gomes (este atualmente mora nos Estados Unidos), com mediação do jornalista e produtor Alessandro Soares. O encontro faz parte do projeto Violão Brasil Europa, que realizo para o Acervo Violão Brasileiro. A proposta é fazer perfis de instrumentistas singulares nascidos no Brasil mas que fazem carreira na Europa.
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Foi aos 14 anos de idade que Nelson Veras viajou pela primeira vez a Paris, onde morava seu irmão. A estadia ia durar seis meses, com objetivo de estudar jazz, mas ele acabou ficando por causa da música. Aprendeu como autodidata, tocando e ouvindo muito. Nessa época frequentou assiduamente os clubes de jazz.
Um dia telefonou ao pianista e compositor americano Jeff Gardner para ter aulas e este o convidou para tocar no seu grupo (no qual tocava o percussionista brasileiro Nenê, entre outros músicos) – nesta época tocava guitarra elétrica com os dedos. Passou a tocar com cordas de nylon e violão eletroacustico, que é o que prefere, uns dois anos depois.
Em 1992, Frank Cassenti gravou o documentário Just a Dream, que é a história de um jovem guitarrista que queria encontrar um de seus ídolos, Pat Metheny. Nelson Veras, com 15 anos de idade, é o personagem principal do documentário. E foi assim que tocou com Pat durante uma bela meia hora no camarim no Festival de Jazz de Marciac.
Aos 16 anos, Nelson formou seu primeiro quarteto de jazz com Eric Barret, Michel Benita e Aldo Romano tocando então na primeira parte do show de Herbie Hancock no festival Jazz in Marciac em 1994, seguindo concertos no Nice Jazz Festival e Vannes Jazz Festival.
Em 1996 Nelson Veras participou no sexteto de Michel Petrucciani, com Detlev Beier (baixo), Flavio Boltro (trompete), Olivier Ker Ourio (hca) e Manhu Roche (bateria).
Voltou ao Brasil em 1998, onde se casou. Nesse mesmo ano foi um dos finalistas da primeira edição do concurso 1º Prêmio Visa de Música Popular Brasileira, terminando em 3º lugar ao lado de Hamilton de Holanda 2º e de André Mehmari 1º. Finalmente decide de voltar a Paris no final de 1999.
Sua primeira gravação discográfica foi em 1994 no CD Second Home, de Jeff Gardner e Rick Margitza, com Riccardo Del Fra e Simon Goubert. Desde então participou de mais de 50 discos de diferentes artistas, dentre eles Aldo Romano, Magic Malik, Claude Nougaro, Steve Colleman, Marcia Maria, Jean-Louis Matinier e o grupo belga Octurn.
Já tocou também com Brad Mehldau, Gary Peacock, Lee Konitz, Daniel Humair, Michel Graillier, Malik Mezzadri, Alexandra Grimal, Jozef Dumoulin, Gildas Bocle, Sylvain Barou e Jacques Pellen (Celtic Tales), Dominique Di Piazza, Steve Coleman, Mark Turner, entre vários outros músicos.
Nelson gravou três CDs autorais (lançados em 2004, 2009 e 2011), mais dois discos em duo, um com com a trompetista Airelle Besson (2014) e outro com o guitarrista Jonathan Kreisberg (2018). Desde 2017, ele dá masterclasses na American School of Modern Music em Paris e também na Codarts em Roterdam.