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Como ajudar a classe artística gaúcha atingida pela enchente

Postado em Artigos em 14/05/2024

Como ajudar a classe artística gaúcha atingida pela enchente - Foto: Andrea Perrone

(Andrea Perrone)

Por Andrea Perrone

(Especial para o Acervo Violão Brasileiro)

Estamos na terceira semana da maior tragédia climática do Rio Grande do Sul e do Brasil. Em pouco mais de uma semana, o RS teve 447 municípios afetados entre os 497 existentes. Quando falo em afetados, me refiro a bairros inteiros engolidos por uma chuva que não parava de cair, casas e pontes destruídas, cidades isoladas, deslizamentos de terra, desabastecimento de água, luz, internet, alimentos; pelo menos 147 mortos, mais de 2,1 milhões de pessoas atingidas, cidades onde os carros foram substituídos por barcos e helicópteros de resgate.

A verdade é que acompanhamos há um bom tempo o agravamento das emergências climáticas. No último ano, o RS teve uma catástrofe a cada três meses. A que vivemos hoje chega com uma dimensão nunca antes vista no país e pega a todos de surpresa porque negligenciamos os alertas. Perdemos a noção de limite e do bom senso em nome do crescimento alucinante e da ganância, e também da indiferença. Achamos que não viveríamos para ver tanta tristeza.

Como ajudar a classe artística gaúcha atingida pela enchente - Foto: Casa de Cultura Mário Quintana alagada - Crédito: Fantástico/Rede Globo

(Casa de Cultura Mário Quintana alagada - Fantástico/Rede Globo)

Refugiados climáticos, deixamos nossas casas em busca de um local seguro. Alguns perderam tudo: familiares, casa, carro, sua história e memórias. Outros foram em busca do básico: água, alimento, energia e um lugar seco para dormir. Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, 94,3% da atividade econômica do RS foi afetada pelas chuvas. É impossível determinar um prazo para reconstruir o estado. Tudo dependerá da realidade específica de cada cidade e atividade.

No que se refere à cultura, a situação é diferente do que vivemos na pandemia. Há danos significativos na infraestrutura e problemas na logística. Teatros, museus, centros culturais, escolas e bares foram destruídos ou severamente danificados pela enchente. Aeroportos fechados e muitas estradas bloqueadas. Acervos de bibliotecas e museus sendo congelados para evitar o mofo. Como foi decretado estado de calamidade pública, todas atividades culturais foram suspensas em algumas cidades por 180 dias.

CLIQUE NO MAPA E CONHEÇA A CAMPANHA DO SATED RS

Como ajudar a classe artística gaúcha atingida pela enchente

Os profissionais da música não sabem quando poderão voltar ao trabalho, mas se unem para que não sejam esquecidos pelo poder público e comunidade no momento da reconstrução do estado. O SATED-RS (Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do RS) promove uma campanha para que artistas gaúchos sejam contratados para eventos fora do estado. Para quem deseja doar, a conta bancária do SATED/RSn é Banco: 104 - Caixa Econômica Federal (incluindo lotéricas da Caixa), Agência: 0428 - Conta: 150297-4 Operação: 003. Ou pelo PIX no CNPJ: 90.747.635/0001-40. Já as doações de cestas básicas podem ser feitas na Casa do Artista Riograndense - Rua Anchieta, 280 - Bairro Glória - POA/RS.

O S.O.S. Profissionais da Música de Porto Alegre e Região Metropolitana é uma iniciativa criada para mobilizar pessoas dispostas a doar mão-de-obra e dinheiro para a limpeza e reconstrução de moradias e estabelecimentos que trabalhem com música, além de conectar quem mais precisa com interessados em doar instrumentos e equipamentos. As doações podem ser feitas via o PIX 33.224.880/0001-39

CLIQUE E PREENCHA FORMULÁRIO SOS MÚSICA - ATINGIDOS NA ENCHENTE

Como ajudar a classe artística gaúcha atingida pela enchente

O Coletivo Emergência Música inicia um debate sobre planejamento, organização e estratégia no enfretamento desta tragédia. Através de um formulário, está mapeando de que forma a classe artística foi atingida pela enchente, quais as necessidades dos músicos e fazendo o registro de ideias para combater a crise.

O que está claro é que o setor da música foi destruído. Todos os músicos tiveram seus shows cancelados e trabalhos interrompidos. Os brasileiros são solidários, têm mandado um volume significativo de doações para o RS. Muitos músicos só tem em mãos os donativos. O que será de nós quando isso acabar? É urgente lutar para retomar nossas trajetórias e projetos para que, com dignidade, possamos reconstruir nossas vidas e sustentar nossas famílias. Caso contrário, mais uma vez seremos os últimos a voltar à normalidade, correndo o risco de perder nossa capacidade de trabalho e causar danos irreparáveis à cultura produzida no Rio Grande do Sul.

Quer ajudar? Se puder, contrate um músico gaúcho. Doações são bem-vindas, precisamos de absolutamente tudo: material de construção, ferramentas, roupas de frio, água, alimentos, materiais de limpeza, produtos de higiene pessoal, instrumentos musicais, etc... Muitas vezes, boas ideias são mais valiosas do que bens materiais. Uma conversa, um carinho, aquecem a alma. Seja solidário! #SOSRIOGRANDEDOSUL

S.O.S. Música POA: https://www.instagram.com/sosmusicapoa

 

Ajude a preservar a memória da nossa cultura e a riqueza da música brasileira. Faça aqui sua doação.