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Ciclo de palestras evidencia pluralidade e desafios do ensino coletivo de violão no Brasil

Postado em Cursos, workshops e palestras em 28/06/2024

(Alexandre Ribeiro)

Por Alessandro Soares

Cameratas de violões, ritmos brasileiros, antigos instrumentos de cordas dedilhadas e histórias, vivências e desafios de grupos musicais são alguns dos temas abordados no curso sobre Ensino Coletivo de Violão no Brasil nos Dias de Hoje. idealizado pelo violonista e professor Alexandre Ribeiro, o evento começou ontem e prossegue nesta sexta-feira (28/06), a partir das 14h, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc em São Paulo. A ementa oferece uma rica pluraridade de assuntos e palestrantes diversos.

Nesta sexta (28), às 14h, Jorge Elias e Paola Pichezrky vão falar do ensino de ritmos do choro no âmbito do violão coletivo. Em seguida, às 16h, Flávia Prando e Thales Maestre vão trabalhar as cameratas de violões em projetos sociais. “Eu atuo em vários grupos nos quais trato da música brasileira, incluindo choro e valsa. O repertório é amplo. E neste encontro vou abordar o tema do meu doutorado na prática”, afirma Pichezrky.

A pesquisa de Paola analisa as relações que acontecem no ensino coletivo, educadores, educadoras, estudantes e o conteúdo que acontece nesse meio termo. “Vou apresentar vários vídeos dos vários grupos que eu trabalho e, a partir desses exemplos, vou explicar os processos, como eu cheguei nos resultados. E tem vídeos super incríveis de crianças, pessoas adultas, de escola de música, de grupos de professores e de ONGs”, enumera frisando a grande riqueza que tema permite.

Em seguida, vem a palestra sobre cameratas de violões em projetos sociais. Para Thales Maestre, a formação de cameratas artístico-pedagógicas em ambientes coletivos de aprendizagem nasce como ação estratégica das aulas coletivas no sentido de proporcionar uma prática de conjunto bem estruturada.

(Thales Maestre)

No curso ele vai mostrar a força pedagógica que estes grupos possuem, de padronização técnica e de notação, concepção de arranjo associada a uma busca por uma identidade sobre como explorar a massa sonora, valorizando as características violonísticas, produção de composições originais e a importância das bases culturais que norteiam a escolha de repertório.

A conversa, segundo Maestre, tomará como referência o trabalho desenvolvido com a Camerata Infanto Juvenil do Guri, na qual essas concepções foram aplicadas e contribuíram para a aproximação de grandes compositores que criaram obras originais e arranjos especialmente para o grupo, a exemplo de Douglas Lora, Paulo Porto Alegre, Celso Cintra, Villani Cortes, Geraldo Ribeiro, Daniel Murray e Fernando Lima. “Um encontro como este promove a possibilidade da partilha de experiências dentro de um seguimento de atuação profissional que tem sido muito importante para os educadores violonistas, que é o ensino coletivo”.

(Rosimary Parra)

No primeiro dia do curso, na quinta (27/6), os professores Alexandre Ribeiro e Cristina Tourinho trataram da história e prognósticos do ensino coletivo de violões. Na mesma tarde, Dagma Eid e Rosimari Parra abordarão as dedilhadas antigas no contexto do ensino coletivo de violão.

De acordo com Alexandre Ribeiro, os encontros de corais são bastante comuns no Brasil, promovendo a troca de experiências e incentivando a produção de materiais artísticos e didáticos. E que proporcionam vivências profundas. Este visa fomentar exatamente esse tipo de intercâmbio. “O ensino coletivo de violão tem crescido bastante nos últimos anos e, junto com ele, os desafios dos diversos contextos em que é inserido, sejam de projetos sociais a escolas particulares da rede oficial, passando por escolas de música especializadas, igrejas e abrigos. Esperamos que esse seja o início de uma série de encontros futuros”, prevê.

(Dagma Eid)

A respeito das dedilhadas antigas no contexto do ensino coletivo de violão, Rosimary Parra lembra o quanto há cada vez mais interesse no repertório de obras compostas para instrumentos de cordas dedilhadas que antecederam o violão atual. Ou seja, são obras dos séculos XVI e XIX, criadas alaúde, vihuela, guitarra barroca e guitarra romântica, dentre outros. “Felizmente nas últimas décadas, a prática com instrumentos históricos difundiu-se muito bem no Brasil e hoje temos excelentes músicos e luthiers dedicados a esse universo. Deixou de ser algo excêntrico”.

A ampliação desse interesse no cenário atual faz com que o tema das dedilhadas antigas seja um importante caminho para melhor compreensão do repertório e, ao mesmo tempo, abriu possibilidades profissionais para atuação, por exemplo, em grupos de câmara especializados. “Nesta palestra refletimos sobre o que queremos abordar em aula coletiva quando nos referimos a instrumentos antigos de cordas dedilhadas. Analisamos a realidade atual desta vertente no ensino coletivo de violão, a história do repertório violonístico, propostas para a prática em sala de aula, sugestões de repertório e assuntos musicais pertinentes para embasamento das aulas”, destaca.

(Cristina Tourinho)

Alexandre Ribeiro informa que, no final do curso será enviado um pequeno ebook com sugestões de atividades para aulas coletivas, amplamente utilizadas pelos palestrantes em suas atividades como artífices da área.

Serviço:
O que: Curso de Ensino Coletivo de Violão no Brasil nos Dias de Hoje
Onde: Centro de Pesquisa e Formação do Sesc em São Paulo (Rua

Quinta-feira (27/6)
14h Palestra 1: Cristina Tourinho e Alexandre Ribeiro: história e prognósticos do ensino coletivo de violões.
16h Palestra 2: Dagma Eid e Rosimary Parra: as dedilhadas antigas no contexto do ensino coletivo de violão.

Sexta-feira (28/6)
14h Palestra 1: Jorge Elias e Paola Picherzky: ensino de ritmos do choro no âmbito do violão coletivo.
16h Palestra 2: Flavia Prando e Thales Maestrecameratas de violões em projetos sociais

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