Aulas com Francis Hime começam em 20 de outubro. Inscrições abertas
(Francis Hime)
Por Alessandro Soares
O mês de outubro começa com uma baita novidade no campo do ensino musical online. A partir de 20 de outubro, o compositor, arranjador e pianista Francis Hime inicia um curso exclusivo produzido pelo Acervo Violão Brasileiro. Serão quatro encontros semanais, que contemplam músicos, cantores e interessados em história da MPB, processos criativos e produção musical. As aulas serão ao vivo, por meio da plataforma Zoom e vão ocorrer às terças-feiras, às 19h, até 10 de novembro. Francis também está dando aulas particulares, com temas, dias e horários sob medida de interesse do aluno.
INSCRIÇÕES
As reservas e inscrições podem ser feitas nos canais do Acervo, tanto pelo e-mail acervoviolaobrasileiro@gmail.com quanto pelo whatsapp (11) 97615-8514 ou ainda pelo messenger do Facebook e pelo Direct do Acervo no Instagram. O valor do investimento para o curso completo é R$ 450 (feito por boleto ou transferência bancária).
Cada aula tem três blocos. No primeiro, Francis expõe a canção, aborda curiosidades, parcerias e arranjos (banda e orquestra). Em seguida, bate papo com a turma. O bloco final é reservado a quem deseja compor com ele. Mas não precisa saber ler ou escrever partitura. É possível também participar de um grupo de estudo no WhatsApp e receber partituras como bônus e certificado do Acervo Violão Brasileiro.
Para esta primeira turma, Francis vai desenvolver suas ideias e repassar conhecimentos com foco em determinada canção composta por ele. Dessa maneira, o tema central da Aula 1 (20/10) será Atrás da Porta (feita em parceria com Chico Buarque). No encontro seguinte, o tema central vai ser Minha (que tem letra de Ruy Guerra), mas é mundialmente conhecida a partir da gravação antológica do pianista americano Bill Evans. Já a aula 4 será dedicada ao tema Sem Mais Adeus (que Francis criou com Vinícius de Moraes). Encerrando o curso, vem o choro Meu Caro Amigo (outra com letra de Chico Buarque). Francis também está dando aulas particulares, com temas, dias e horários sob medida de interesse do aluno.
Biografia musical
Francis começou a estudar piano clássico aos seis anos de idade. Depois se matriculou no Conservatório Brasileiro de Música, onde estudou por sete anos. Em 1955 decidiu aperfeiçoar os estudos em Lausanne (Suíça), onde ficou até 1959. Em 1962, passou integrar os encontros musicais na casa de Petrópolis de Vinicius de Moraes, ao lado de Baden Powell, Edu Lobo, Carlos Lyra, Dori Caymmi e Marcos Valle. É dessa época a sua primeira parceria com Vinicius, a canção Sem Mais Adeus. Nos Festivais da TV Excelsior (SP), TV Rio e TV Record (SP), teve canções defendidas por Elis Regina, Wilson Simonal, Jair Rodrigues, Claudia, MPB-4 e Taiguara.
Em 1965 realizou sua primeira gravação: o LP instrumental Os Seis em Ponto, nome do conjunto do qual participava como pianista. Em 1966, assinou a direção musical e escreveu arranjos para o show Pois é, com Vinicius, Gilberto Gil e Maria Bethânia. Ainda nesse ano, suas composições Sem Mais Adeus e Saudade de Amar foram incluídas no álbum duplo Vinicius, poesia e canção.
Em 1969, formou-se em Engenharia, casou-se com a cantora Olívia Hime e viajou para os Estados Unidos, onde viveu durante quatro anos. Nesse país, estudou com Albert Harris e Hugo Friedhopfer (orquestração), Roy Rogosin (regência), Paul Glass (composição), Lalo Schifrin e David Raksin (trilha sonora). Ao retornar ao Brasil em 1973, gravou seu primeiro LP solo, Francis Hime, no qual registrou a primeira parceria com Chico Buarque, Atrás da porta.
Cinema e teatro
Para o cinema, compôs músicas para os filmes O homem que comprou o mundo (1968), de Eduardo Coutinho, A estrela sobe (1973), de Bruno Barreto, O homem célebre (1974), de Miguel Faria, Lição de amor (1975), de Eduardo Escorel, pelo qual foi contemplado com a Coruja de Ouro do Instituto Nacional do Cinema e com o prêmio de Melhor Trilha Sonora do Festival de Gramado, A noiva da cidade (1975), de Alex Vianny, Dona Flor e seus dois maridos (1977), de Bruno Barreto, pelo qual recebeu a Coruja de Ouro do Instituto Nacional do Cinema, "Marcados para viver" (1978), de Maria do Rosário, Marília e Marina (1978), de Luiz Fernando Goulart, e República dos assassinos (1979), de Miguel Faria.
Para o Teatro, dividiu com Dori Caymmi a direção musical da peça teatral Dura lex sed lex, no cabelo só gumex, de Oduvaldo Vianna Filho, compôs para O rei de Ramos (com Chico Buarque), escrito por Dias Gomes e dirigido por Flávio Rangel, A menina e o vento, de Maria Clara Machado, "Belas figuras", de Ziraldo, "Pinocchio", de A. Collodi, encenada pelo grupo Tapa, "Na sauna", dirigida por Wolf Maia, "Foi bom meu bem", de Alberto Abreu, "O banquete", de Mário de Andrade com adaptação de Camila Amado, e "Tá russo no açougue", uma adaptação de "Santa Joana dos Matadouros", de Bertold Brecht, encenada pelo grupo Tem Folga Na Direção, com direção de Antônio Pedro.
Arranjo e direção musical
Em 1973 assinou a direção musical da segunda montagem da peça Gota d'água, de Paulo Pontes e Chico Buarque. Em 1976, participou da trilha sonora das novelas da Rede Globo Casarão e Escrava Isaura. No ano seguinte lançou o LP Passaredo, disco que marcou a estreia de Olívia Hime como letrista, cantora e produtora. E ao longo dos anos assinou arranjos para vários artistas como Milton Nascimento, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Clara Nunes, Olívia Hime, Toquinho, Fafá de Belém, MPB-4 e Chico Buarque (para quem assinou também a direção musical dos LPs Meus Caros Amigos, Ópera do Malandro, Vida e Almanaque).
Obra sinfônica
No campo da música clássica, em 1986 escreveu a Sinfonia nº 1, que a regeu pela primeira vez em 1993, à frente da Orquestra Sinfônica Brasileira. No ano seguinte, voltou a reger a OSB, no concerto comemorativo do trecentésimo aniversário da Casa da Moeda, e concluiu o Concerto para violão e orquestra, em três movimentos, dedicado a Raphael Rabello. Em 1997, apresentou e regeu a trilha sinfônica Suíte da Terra Encantada, com textos de Olívia Hime e Paulo César Pinheiro.
Em 2000 apresentou ao piano sua peça "Fantasia para piano e orquestra", ao lado da Orquestra da Petrobras, sob a regência de Roberto Tibiriçá. E no mesmo ano compôs a Sinfonia do Rio de Janeiro de São Sebastião, peça cantada, com letras de Paulo César Pinheiro e Geraldo Carneiro, em cinco movimentos. Em 2010, a gravadora Biscoito Fino lançou o CD Ayres e Hime - Concertino para percussão o Concerto para violão, registro ao vivo de apresentação da Osesp, interpretando Concerto para Violão e Orquestra, de sua autoria, solado por Fabio Zanon, sob a regência de Alondra de La Parra.
Choro rasgado
Na canção popular, continuou produzindo intensamente. Em 1997, lançou os CDs Choro Rasgado e Álbum Musical (este em forma de songbook, com participação de vários artistas da MPB). Em 2000, escreveu 12 músicas sobre poemas de Manuel Bandeira. Em 2002 lançou o CD Meus Caros Pianistas, reunindo 15 pianistas interpretando arranjos de sua autoria. Em 2003, lançou o CD Brasil Lua Cheia. Em 2006, lançou o CD "Arquitetura da flor". Em 2007 lançou Francis ao vivo, em CD e DVD. Comemorando 70 anos de idade, em 2009 veio o CD duplo O Tempo das Palavras... Imagem.
Em parceria com Olívia HIme, lançou em 2011 o disco Alma Música, primeiro disco que os dois artistas gravam juntos. Da parceria com Guinga, surgiu em 2013 o CD Francis e Guinga, contendo as inéditas parcerias de ambos. No mesmo ano, uniu-se a Olivia Hime para apresentar o show Sem Mais, uma homenagem ao centenário de Vinicius de Moraes, que depois virou disco homônimo. Em 2015, lançou o show 50 anos de Hime, que foi gravado pelo Canal Brasil e virou CD e DVD. Em 2018, Francis Hime foi indicado ao Prêmio Jabuti de literatura, na categoria Artes, pelo livro Trocando em Miúdos – as minhas canções. Em 2019, comemorou 80 anos de idade e lançou o CD Hoje.
Contato para dúvidas e inscrições: (11) 97615-8514 ou acervoviolaobrasileiro@gmail.com