1º Festival de violão de Ouro Branco, em Minas, começa nesta quinta (03)
Felizmente o Brasil agora tem mais um festival de violão para celebrar. E novamente o endereço para a agenda de apresentações e máster classes é Minas Gerais. Idealizado e realizado pelo violonista Leonardo Amorim, com patrocínio do Fundo municipal de cultura da Ouro Branco (Fumcob), o 1o Festival de Violão de Ouro Branco começa nesta quinta (03). A programação inclui sete recitais que ocorrem até segunda-feira (07), sempre às 20 horas na Sala Ouro Preto, no Hotel Verdes Mares, com entrada franca.
Já as aulas das oficinas de instrumentos e máster classes serão realizadas de sexta (04) a domingo (06), das 9h às 12h e de 14h as 16:30h. “Esse festival parte da ideia de unir os mais variados estilos da música erudita e é influenciado por outro evento que existe há mais de 15 anos na cidade, que a Semana da Música. Além disso, homenageamos o professor José Lucena, que foi pioneiro e inseriu a disciplina de violão na Universidade Federal de Minas Gerais, em 1976”, afirma Leonardo.
Victor Vale e Quarteto Corda Nova - Quem inaugura o festival nesta quinta-feira (03) é o violonista Victor Vale, que no recital de abertura interpreta três sonatas de Domenico Scarlatti (k208, k27, k209), seguido de três valsas de autores brasileiros (Sérgio Vasconcelos, Camargo-Guarnieri e Villa–lobos), além do consagrado compositor espanhol Joaquín Rodrigo (Invocacion y Dança) e J. Mallats (Serenata Espanola).
Na mesma noite também sobem ao palco os violonistas Artur Miranda Azzi, Ricardo Jamal, Stanley Levi e Anderson Reis, que formam o quarteto Corda Nova, conhecido pela proposta apresentar um repertório bem contemporâneo, explorando as novidades dos compositores vivos. Aqui o grupo apresenta duas peças do cubano Leo Brouwer (Paisaje cubano con lluvia e Paisaje Cubano con Rumba). O Corda Nova faz ainda um tema do americano Kyle Gann (Composure) e fecham com o Guido Santórsola (IV. Malambo, 4 Piezas latinoamericanas para quarteto de violões).
Aulus Rodrigues e Stanley Levi - O recital da sexta-feira (04) também é composto por duas atrações. O primeiro a se apresentar é Aulus Rodrigues, que mescla repertório tradicional e contemporâneo, começando com Passacaglia (Leopold Weiss) e o Adagio e a Polonaise do Trois Rondo Brillants Op. 2 Nº1 (Dionisio Aguado). Segue com La Espiral Eterna (Leo Brouwer), os quatro movimentos da Sonata Nº1 (Almeida Prado) e os Três Divertimentos (I Abaeté; II Arpoador; III Parati), de Sérgio Assad. E encerra com La Catedral (Agustín Barrios).
Depois de Aulus, é a vez de Stanley Levi tocar, que começa interpretando uma das peças mais contemporâneas do festival, a AHNK, composta em 2011, do brasileiro Roberto Victorio. Em seguida volta no tempo, num passeio por antigos autores europeus, fazendo três peças do renascentista Francesco da Milano (Fantasia XXI, Ricercare I e Fantasia XXII), o barroco tardio de J. S. Bach (Prelúdio da suíte BWV 1006a) e o clássico de Fernando Sor (Op. 32, IV – Rondó). E finaliza com o paraguaio Agustín Barrios (Julia Florida) e o argentino Alberto Ginastera (Sonata Op. 42), dividida em quatro movimentos.
Duo Vincens-Maciel – No sábado (05) temos o duo formado por Guilherme Vincens e Michel Maciel, violonistas muito premiados e reconhecidos no país e exterior. Marcado pelo repertório de música espanhola e latino-americana, o duo tocará Lo Que Vendrá, de Astor Piazzolla, seguido dos três movimentos da Tonadilla, de Joaquín Rodrigo. Na sequência interpretam o francês Pierre Petit (Toccata e o croata Goran Ivanovic (Três Blues da Macedônia). E fecham a noite com as apoteóticas La Vida Breve, de Manuel de Falla, e Jongo, de Paulo Bellinati.
Paul Galbraith - Principal atração do festival, o escocês Paul Galbraith, que já atuou no Brasil com o Brazilian Guitar Quartet, junto com os irmãos paulistas Edelton e Everton Gloeden, fará espetáculo com peças de Bach e Mozart. Ele abre com o primeiro compositor, a Allemande BWV 996 (da suíte para alaúde em Mi Menor. Depois desenvolve dois temas de Mozart: Allemande K 399 (Baroque Suite in C) e a Sonata K. 570 completa. Após intervalo, Galbraith retorna ao palco para tocar mais duas suítes integrais de Bach, BWV 995 (para alaúde) e a Suite #1, BWV 1007, para violoncelo. Cada uma dessas suítes é formada por seis movimentos.
Responsável por antológicas gravações em CD dedicados a Bach, Haydn e Brahms, Galbraith toca um violão especial, o Brahms de oito cordas, que ajudou a desenvolver, para o qual realizou transcrições que são referência sobre obras clássicas.